quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pintor Menelaw Sete faz greve de fome em protesto à discriminação sofrida na Espanha

Menelaw Sete diante de uma de suas telas de protesto
Após ser sido detido por 30 horas no Aeroporto de Madri e ser deportado sem qualquer justificativa, o artista plástico baiano Menelaw Sete entrou em greve de fome como forma de protesto contra o tratamento oferecido pela Espanha a imigrantes brasileiros. Entre os últimos dias 17 e 18 de maio, quando permaneceu preso em Madri, produziu ainda 40 desenhos nos quais critica a atuação dos oficiais alfandegários do país.
 Ao pousar na Bahia, sua terra natal, Menelaw recorreu imediatamente ao Consulado da Espanha em e pediu ao cônsul Jacobo González-Arnao Campos que a instância diplomática reunisse os meios de comunicação e fizesse uma retratação pública sobre o caso. Sem resposta, ele manteve sua greve de fome e passou mal na madrugada desta quarta-feira (23). Após desmaiar, foi internado logo pela manhã diagnosticado com pressão alta. Segundo a médica que o atendeu, o mal-estar foi certamente causado pelo jejum e por um quadro de ansiedade.
Ele conversou com a imprensa local e revelou que "estava há 18 horas sem comer, isso após outras 18 horas dentro de avião e 30 horas no aeroporto". "Foi uma jornada muito dura, e entrei em um desgaste", explica.
Um dia antes de sua deportação, era o ministro de Relações Exteriores e Cooperação da Espanha, José Manuel García-Margallo, que voava para Madri após visitar o Brasil e se reunir com o chanceler Antonio Patriota. Na ocasião, se comprometia com o Itamaraty a “trabalhar para que essas dificuldades sejam resolvidas de forma imediata”.
Menelaw viajava para Milão, na Itália, onde participaria de uma exposição de suas obras. Em entrevista ao jornal El País, conta que viaja “há 15 anos pela Europa com a mesma documentação” e que “tinha um convite para o evento”. Mais além, revelou que “não conseguiu falar com o Consulado brasileiro” e que, no espaço de detenção, “só havia negros, mexicanos e brasileiros”.
O artista também conversou com o jornais brasileiros e explicou que se sentiu obrigado a aderir à causa “porque os brasileiros estão sendo tratados de forma humilhante na Espanha”. “Minha indignação não é tão pessoal, mas sim pela forma que tratam as pessoas”, conclui.
Questionado sobre as condições em que foi mantido, revelou que não teve nem mesmo permissão para tomar banho durante as 30 horas que permaneceu detido. “A comida é horrível e só podemos beber água durante as refeições. Havia homens, mulheres e crianças. Estavam todos desesperados”, conta.
Ele garante que os 40 quadros que pintou durante sua detenção serão apresentados em sua próxima exposição, pois será uma forma de de mostrar como entrar hoje na Península Ibérica tornou-se uma “questão de sorte”.

8 comentários:

  1. Apesar de justo o protesto, o idela seria que ninguém fosse para essas terras falidas. Não precisamos deles, mas sim eles de nós. É uma pena que isso aconteça e temos que tomar alguma atitude mais enérgica.

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    1. Estranho, porque a Espanha é um país que respira arte, berço que é de grandes nomes das artes plásticas de todos os tempos. Apesar da discriminação não ser somente com artistas, mas com os brasileiros.

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  4. As duas postagens excluidas estavam truncadas, por isso foram apagadas.

    O ser humano é mesmo muito complicado! Parece que sempre haverá algum iluminado querendo brilhar mais que o seu semelhante. Estamos vendo a história se repetir a cada ciclo da vida e infelizmente péssimos exemplos acompanham os povos de todos os cantos desse planeta. Tribos brigando contra tribos (desde a pré história e até os dias atuais), torcidas brigando contra torcidas (principalmente as organizadas do futebol). E para variar, a onda agora parece ser o retorno da xenofobia (com a desculpa depositada na crise econômica mundial), sem se falar nas muitas outras fobias.
    Será mesmo que poderiamos considerar judeus melhores que árabes ou o contrário? Então por que brigam tanto? Europeus mais bonitos que africanos ou asiáticos? Espanhóis superam em que os latinos da América? Anglo Saxônicos são melhores que Aborígenes?
    Agora trazendo para o cenário regional, afinal de contas quem seria o melhor na terra do Tacacá? Remo, Paysandu ou Tuna? E ainda podemos inseriri os times do interior! Baseados em que referências poderiamos dizer que esses tais são melhores do que os demais? Quem são mesmo Remo, Paysandu e Tuna perto de gigantes pelo Brasil ou pelo mundo a fora? Ora pois, ninguém é melhor do que niguém amigos, visto que no final todos vão para o mesmo endereço?
    Não vejo com bons olhos os acontecimentos recentes de discriminação pelo mundo, principalmente na Europa. Seria o Cancer do século 21?
    É por isso que cada vez mais entendo o dito popular: "Quanto mais conheço o ser humano, mais gosto do meu cachorro"

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    1. Essa história de supremacia, de discriminação, xenofobia, etc., é típica dos herdeiros dos grandes ditadores, dos saudosistas dos regimes de força, totalitários, antedemocráticos, que não levam a nada. Vejo com trsiteza um ressurgimento de forças retrógradas em todos os sentidos, desde os "hoolligans" até os neonazistas, que são aqueles que matam mendigos, índios, homossexuais, pobres, moradores de rua, etc. E que discriminam negros, pobres e em toutros países brasileiros, latinos, coreanos, irlandeses, etc. É uma pobreza geral: política, culural e de princípios, pois todos somos iguais.
      Viva a vida,viva a a alegria, a paz. Viva a Marcha das Vadias, que presenciei ontem e achei legal, pois acho que a mulher, como o homem, é livre e deve mandar no seu corpo e na sua vida. Nada de machismos.

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  5. Se formos levar em conta que o direito sagrado de alguém termina quando começa o do outro, então para tudo tem que haver um limite. Quem achar que deve fazer algum tipo de passeata pacífica que faça, desde que não haja excessos e não agrida ninguém. Aos que não concordam com essa liberdade precisam entender e aceitar que o direito de ir e vir é sagrado e para todos. Quem pisar na bola deve estar ciente de que responderá os rigores da Lei!

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  6. Levi:02/07/2012;
    Os nativos Europeus sempre nos trataram como de 2ª categoria entre os humanos, mesmo quando quando precisam usam as habilidades das catequeses para distrair os abestados; e nós sempre os consideramos como tal!!!
    Acompanho os noticiários sobre os casos que já extrapolava os limites, são atitudes que não acrescentam nada para as soluções que eles precisam, que é reduzir o déficit público, e gerar empregos, acho até devemos padronizar os intercambios para evitar a exposição de patricios (nós) que passam vexames as vezes sem a nescidade escencial de motivos.

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