sexta-feira, 12 de abril de 2013

Cresce sites com assuntos nazistas no Brasil

O crescimento do número de simpatizantes neonazistas tem se tornado uma tendência internacional. É o que aponta um monitoramento da internet realizado pela antropóloga e pesquisadora da Unicamp, Adriana Dias. De 2002 a 2009, o número de sites que veiculam informações de interesse neonazistas subiu 170%, saltando de 7.600 para 20.502. No mesmo período, os comentários em fóruns sobre o tema cresceram 42.585%.
Nas redes sociais, os dados são igualmente alarmantes. Existem comunidades neonazistas, antissemitas e negacionistas em 91% das 250 redes sociais analisadas pela antropóloga. E nos últimos 9 anos, o número de blogs sobre o assunto cresceu mais de 550%.
Adriana Dias trabalha há 11 anos mapeando grupos neonazistas que atuam na internet e também no mundo não virtual. Devido ao conhecimento construído, a pesquisadora já prestou consultoria para a Polícia Federal e para serviços de inteligência de Portugal, Espanha e outros países.

Brasil

Segundo Adriana, os grupos neonazistas eram predominantes no sul do país, mas nos últimos anos têm crescido vertiginosamente no Distrito Federal, em Minas Gerais e em São Paulo. Ela vem mapeando o número de internautas que baixam arquivos de sites neonazistas e considera simpatizantes aqueles que já fizeram mais de 100 downloads. Por esse critério, seus dados de 2013 apontam que há aproximadamente 105 mil neonazistas na região Sul.
No caso de Minas Gerais, os movimentos parecem ter ganhado fôlego em 2009, como forma de responder ao assassinato de Bernardo Dayrell Pedroso. Fundador da revista digital "O Martelo", ele era uma referência do movimento neonazista na cidade. Acabou morto em um evento no município de Rio Branco do Sul (PR), por uma outra gangue de "skinheads" neonazistas que via em Bernardo uma barreira para sua ascensão.

Organização

Não é possível descrever um único percurso para ingresso no movimento neonazista. Mas há uma trajetória mais comum: "Geralmente, eles atendem ao proselitismo na juventude. O jovem em busca de uma causa acaba recebido pelo grupo, que o convence de que o negro ou o judeu tomou seu espaço no mercado de trabalho, na universidade, etc", explica Adriana Dias.
Os líderes dos grupos geralmente não participam das ações violentas. "São pessoas que já possuem uma condição financeira melhor e geralmente possuem curso superior. Eles conduzem o movimento e lêem muito material antissemita. Possuem um alto grau de instrução e buscam se resguardar de eventuais ações judiciais", descreve a pesquisadora. (Leo Rodrigues, do Site da EBC)

2 comentários:

  1. Meu comprade,

    Para os que negam o marxismo, o crescimento do nazismo e suas derivações é uma prova de que o moto da história é a luta de classe. É nessas horas que os trabalhadores e seus partidos devem se unir para enfrentar essa ameaça a liberdade e a vida.


    Atenciosamente,

    Laerço

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    1. Com certeza, meu caro compadre. Mas tem que ser uma luta organizada e muito consciente do que é a ameaça do nazismo no no país e no mundo.

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