Teve grande repercussão nos meios políticos a excelente entrevista que o ex-ministro José Dirceu deu a um jornal de nossa capital no final de semana. Respondendo a todas as perguntas, José Dirceu em todos os mementos da entrevista mostrou sua grande personalidade, seu talento e sua vontade de lutar para mostrar realmente o grande equívoco do Supremo em condená-lo. O ex-ministro garante que a sociedade foi induzida a condená-lo.
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| O ex-ministro José Dirceu |
O ex-ministro de Lula foi seguro e taxativo quando a repórter lhe inqueriu sobre o caso envolvendo o ministro Fux, que a Imprensa publicou que ele havia garantido que votaria por sua absolvição.
"O senhor esperava que ele votasse por sua absolvição?", perguntou a repórter. Dirceu respondeu: "Não. Eu não esperava que ele votasse, porque eu falei para ele que eu não queria que ele me absolvesse. Eu queria que ele votasse segundo os autos".
Na pergunta sobre se o ex-ministro estava preparado para ser preso, já que o Supremo o condenou por 10 anos, Dirceu respondeu com tranquilidade:
"Cada dia com sua agonia. Se eu sofresse por antecipação não estaria vivo, pelo que eu já passei na vida. Eu tenho a consciência tranquila de um inocente, portanto eu tenho capacidade para lutar. Preso ou não eu vou lutar".
E demonstrando que está preparado para enfrentar com dignidade qualquer que seja o seu futuro, José Dirceu respondeu narrando um pouco de sua história o que acha de seu julgamento:
"Eu já fui preso. Eu já cumpri pena de prisão durante a ditadura, que não tinha a infâmia que tem essa condenação. É uma infâmia me acusar de corruptor, de chefe de quadrilha. Eu tenho biografia, eu não tenho folha corrida. Eu sempre prestei serviços ao País, eu abri mão de toda a minha vida, eu sempre servi ao meu País. Eu não temo nada, eu não tenho temor. Eu vou enfrentar qualquer situação da mesma maneira que eu enfrentei a cassação, que eu enfrentei o julgamento, que eu estou enfrentando a condenação. Eu tenho apoio, eu tenho respaldo, eu tenho solidariedade dos meus companheiros, das minhas companheiras, de amplos setores da sociedade. Lógico, que eu sei que eu tenho a condenação, porque a sociedade foi induzida ao erro. Não há uma prova de que foi comprado voto, não há uma testemunha. E o Roberto Jefferson que denunciou o mensalão, que diz que houve, foi cassado porque não provou. E eu fui cassado porque chefiei. Olha aí a contradição. É inacreditável que tenha acontecido esse julgamento como aconteceu".
O ex-ministro termina a entrevista dizendo que tem que lutar, porque não vai aceitar uma condenação por algo que não fez. Dirceu diz que a Justiça está do seu lado e que seu julgamento foi feito infringindo vários direitos de defesa, como presunção, processo legal. "Dá para escrever um livro", garante o ex-ministro.
Meu compadre Marcos,
ResponderExcluirNão pude resistir, desculpe-me!
Na entrevista Zé Dirceu diz: "Eu tenho a consciência tranquila de um inocente".
Se ´Danda´, sábio nordestino, tivesse conhecimento dessa frase diria algo semelhante ao que disse há três décadas ao ´Vadeci`, pego com a "mão na botija´: "Macho você pode ter a consciência limpa, mas as suas mãos são de rato".
Que saudade da sabedoria dos 'matutos' nordestinos!
Que saudade de Danda! Meu amigo, que falta sinto de tuas rápidas e inteligentes tiradas!
Laerço S. Bezerra
Laerço, você como um homem inteligente sabe que Zé Dirceu foi "condenado antes de ser julgado" pela mídia, e pelo desequilibrado Joaquim Barbosa, um homem que não respeita jornalistas, advogados e em mesmo seus pares, os ministros do STF.
ExcluirAgora seu ódio pelo PT lhe transformou num adversário pior que a direitona, pois consegues enxergar só o que a mídia conservadora enxerga.Zé Dirceu. Mas não posso aceitar que uma pessoa que doou toda sua juventude e até própria vida por uma causa seja execrada porque a mídia e um desequilibrado desejam. O Brasil não conhece a história de José Dirceu. Pode ter defeitos, mas tem muitas virtudes, mais até de que pessoas que se dizem de esquerda hoje, mas que são apenas oportunistas da hora.
Um abraço.
Meu compadre,
ResponderExcluirO condenado pelo STF não é o ex-dirigente estudantil perseguido e preso pela ditadura. Mas um dos principais responsáveis pela guinada à direita do PT, do domínio dos bancos no governo Lula e, finalmente, pela compra de votos no Congresso para a aprovação de projetos contra os trabalhadores, como a reforma da Previdência.
Atenciosamente,
Laerço Salustiano Bezerra
O Joaquim Barbosa conseguiu fazer a cabeça de você!
ExcluirCompadre,
ExcluirO culto a imagem não é uma tradição do trotkismo, mas do stalismo.
Repito, o condenado pelo STF não é o ex-dirigente estudantil perseguido e preso pela ditadura. Mas um dos principais responsáveis pela guinada à direita do PT, do domínio dos bancos no governo Lula e, finalmente, pela compra de votos no Congresso para a aprovação de projetos contra os trabalhadores, como a reforma da Previdência
Atenciosamente,
Laerço
O fato triste que vejo em certas críticas é que tem gente que comeu do prato por muito tempo e agora cospe nele como paladino da justiça. Será que a Marina e/ou a Heloísa Helena, quando eram do PT, nunca viram nada de errado no partido ou fizeram vista grossa quando lhe era favorável? Quem as vê nos dias de hoje parecem que foram o tempo todo enganadas. Será mesmo?
ResponderExcluirE o pior: os trotskistas, como o meu amigo e compadre, usa o mesmo discurso de seu companheiro Babá, da Heloisa e da porralouca seringalista, a Marina, que quer fundar até um partido, que já nasce "partido", para disputar a presidência. Todos comeram no prato e agora cospem.
Excluir"Cest la vie".
ZÉ DIRCEU, MENSALEIRO E O MAIOR FDP DO BRASIL!!!! VAI PRA CADEIA APODRECER LÁ SEU BANDIDO!!!!
ResponderExcluirMeu compadre,
ResponderExcluirNós não cuspimos no prato que comemos, na verdade o prato (partido), no caso o PT, nos expulsou.
Só para refrescar a memória dos camarada que ficaram na legenda petista, a Convergência Socialista foi expulsa do Partido dos Trabalhadores em 1992, por defender o estabelecimento de uma campanha pelo Fora Collor naquele ano. O secretário geral do Partido dos Trabalhadores na época, José Dirceu, descreveu que "ao defender uma campanha contra o presidente da República naquela oportunidade", com a palavra de ordem "Fora Collor, esta seria uma tática da CS de propor ao PT derrubar o governo Collor.
E por puro o oportunismo eleitoral, o PT abraçou a causa que motivou a expulsão da CS.
Do oportunismo ao cinismo político fui um pulo. Para comprovar essa transmutação política, leia o que disse Lula sobre a relação de suas gestões como presidente do Brasil com os banqueiros: " ... eles nunca ganharam tanto dinheiro ...” (mensagem postada no dia 18/04/2013 no sítio do Sindicato dos bancários de São Paulo - CUT).
Ressalto que das figuras citadas, apenas o Babá foi meu companheiro de militância na CS, e por sinal muito bom militante.
Mas voltando ao assunto que motiva todo esse interessante debate, repito mais uma vez que o condenado pelo STF não é o ex-dirigente estudantil perseguido e preso pela ditadura. Mas um dos principais responsáveis pela guinada à direita do PT, do domínio dos bancos no governo Lula e, finalmente, pela compra de votos no Congresso para a aprovação de projetos contra os trabalhadores, como a reforma da Previdência.
Está é a vida!
Forte abraço!
Laerço S. Bezerra
Meu compadre,
ResponderExcluirAntes que digas que eu não tenho prova do que o Lula disse sobre os banqueiros, eis o link para que consultes: http://www.viomundo.com.br/politica/lula-defende-valorizacao-do-cerebro-dos-bancariosjuvandia-democratizacao-da-midia.html.
Forte abraço!
Laerço
Note que vivemos um longo período de transição política e social no Brasil, o que já dura mais de quinhentos anos. Não será nesta década que esses problemas serão resolvidos mas tudo que for feito para minimizar tamanhas diferenças será considerado um avanço.
ResponderExcluirAo meu ver o PT cometeu alguns erros primários mas acertou bastante também. Dificilmente poderíamos governar um país com tantas diferenças sociais se não tivéssemos que engolir primeiro alguns sapos gigantes. Ceder num ponto para conquistar em outro, e assim por diante, mesmo que isso seja contra os princípios do partido. Será que algum outro partido de esquerda governaria o Brasil sem alianças? O PSOL, por exemplo, para eleger o seu primeiro prefeito no Brasil teve que engolir sapo em Macapá e em Belém como exitou ficou chupando dedo e morreu na praia. Podem até dizer que perdeu mas não cedeu. Isso pode ser certo mas também não teve chance de mostrar serviço, mesmo que pela metade. Uma notória mudança social no país talvez só aconteça daqui a uns 50 anos, ou mais!
Insisto com meu compadre, que é ex-petista, de que no PT não existem santos, como em todos os partidos, como em todos os setores da vida pública. Porém, é o partido que deu um jeito no Brasil, que moralizou, pois toda denúncia que acontece com alguém do partido não vai para debaixo do tapete, como aconteceu no período da dita.
ExcluirOque não posso aceitar é ele, uma pessoa que sei que pensa, se basear no que a imprensa comprometida publica, uma imprensa que é elitista, preocupada somente em defender o tucanato.
O PT cometeu erros, porque o PT não é uma pessoa. Mas no geral, os acertos cobrem, compensam os lapsos cometidos por algum militante ou oportunista que se infiltrou no partido talvez para se dar bem.
Meu compadre,
ResponderExcluirAs criticas formuladas por ex-militantes petistas não são por meros erros cometidos por pessoas, mas nas mudanças política-ideológicas sofridas pelo PT ao longo das décadas de 1990 e 2000.
Vale destacar que este processo de mudança não se deu de uma hora para outra, foi sendo processado aos poucos, ou seja, o PT não abraçou o ideário neoliberal por completo e de uma vez por todas. Foi abraçando aos poucos e envergonhado e, à medida que abraçava, amenizava seu discurso classista até subordiná-lo completamente aos interesses do capital.
A Carta ao povo brasileiro, assinada no dia 22 de junho daquele ano pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, é o documento basilar e significativamente dessa mudança.
Esta Carta tinha outros destinatários que não exatamente o “povo brasileiro”: os banqueiros estrangeiros e nacionais, os credores das dívidas externa e interna. Mas havia também destinatários “secundários”: frações da burguesia industrial brasileira, “penalizadas” pela política econômica do governo Cardoso, que reclamavam um lugar mais confortável no bloco no poder, bem como latifundiários ligados ao agronegócio. Em meio à crise econômica que atravessava o país, era preciso “acalmar o mercado”.
E conforme assinala o cientista político Rudá Ricci, esse A Carta ao povo brasileiro trata de uma declarada mudança de perspectiva política e estratégica do PT:
“Se compararmos com o eixo programático de 1989 e início dos anos 1990, é facilmente percebida a ruptura com a identidade partidária que se assentava na moratória e auditoria da dívida pública, com uma política de reforma agrária pautada pela mudança da estrutura fundiária do país, com a redução dos lucros abusivos dos bancos privados. Trata-se de um discurso pragmático que procura declarar compromissos com a estabilidade da ordem econômica e política, aumentando a competitividade internacional do país (2006: 177)”.
Veja que não são meros erros, mas ruptura da identidade partidária de um partido que nasceu a partir das lutas dos trabalhadores do campo e da cidade.
Forte abraço!
Laerço S. Bezerra
As conquistas do PT foram apenas o começo da mudança. Espera-se que apareçam outros partidos semelhantes ou melhores para continuar a luta, o que ao meu ver ainda não existem pois são todos frutos da mesma árvore.
ResponderExcluirMeu compadre,
ResponderExcluir"É preciso pensar o capitalismo como uma etapa histórica da humanidade e não como sua condenação, como fim da história" (K. Marx).
Acredito que encerramos mais um capítulo de um saudável e respeitoso debate, apesar de estamos em campos tão opostos: você com o gigante partido social-democrata brasileiro (PT); eu, com uma fração do partido da revolução mundial (PSTU).
Quem sabe no futuro estejamos juntos na mesma trincheira lutando sem concessões e mediações contra a barbarie capitalista.
Por agora fica o meu carinho de amigo e irmão, com a profissão de fé de Leon Trotsky: "A vida é bela, que as gerações futuras a limpem de todo o mal, de toda opressão, de toda violência e a gozem plenamente".
Forte abraço!
Laerço