quarta-feira, 10 de abril de 2013

Zenaldo, o 4º mês e seu proeminente nariz

Atendimento zero no Posto Médico, mas Zenaldo assim mesmo sorri
O prefeito de Belém deve estar preocupado com seu nariz, cuja tendência é crescer e crescer. No seu quarto mês de mandato, Zenaldo não conseguiu sair do lugar. Os "S" prometidos na campanha continuam fora do alfabeto tucano, com a Segurança e a Saúde, principalmente, numa situação que nos coloca a cada dia entre as piores capitais do país.
Mesmo com os números mostrando a realidade da violência no Pará, principalmente em Belém e Ananindeua, onde governam Zenaldo e Pioneiro, os dois que seriam os principais "parceiros" de Jatene na união pelo Pará no combate à criminalidade e ao caos da Saúde, o prefeito diz que "melhorou muito". Mas a realidade é outra. Ao que parece  o trio não está se entendendo. Ou melhor: está é se desentendendo.
Belém hoje está entre as cidades mas violentas do país, juntamente com Maceió, capital de Alagoas. Os criminosos não estão mais respeitando nem a Polícia, já que somente este ano assassinaram oito policiais. Os meliantes não têm hora para "trabalhar", agem a qualquer momento seja dia, seja noite, em residências, estabelecimentos comerciais, nas ruas e nos sinais de trânsito, onde abordam as pessoas com armas em punho e cometem assaltos e os chamados "sequestros relâmpagos". 
O tráfico de drogas em Belém é cada vez maior, atuando nos bairros periféricos, nos subúrbios, com todos os dias jovens sendo assassinados sempre "por acerto de contas". Belém está entre as capitais onde mais jovens morrem, vítimas do tráfico.
Na área de Saúde o caos é igual ou pior do que na época de Duciomar. Zenaldo diz que encontrou a situação caótica: sem médicos, os postos sem material, sem medicamentos. Os prédios quase caindo.
Pois é, nestes quase quatro meses nada melhorou. E se não melhorou, piorou. Diariamente as reclamações são as mesmas: falta de atendimento geral nos postos e nos dois PSMs. Nos postos, falta de médicos, poucas fichas e as que são distribuídas não são atendidas. As famílias, principalmente as mães, se desesperam pois as crianças chegam doentes e saem sem atendimento. Os livros de pontos nos postos não têm sequer assinatura dos médicos, o que significa dizer que eles nunca vão e quando vão não assinam ponto para não deixar evidente quantas horas dão de trabalho.
O prefeito, hoje na TV diz que a situação melhorou, contrariando o óbvio que é a voz do povo carente. Diz que os postos distribuem de 60 a 80 fichas diárias. Uma mãe, com o filho nos braços, quase chorando, contradiz o prefeito: "cheguei aqui às 4 horas da madrugada, peguei uma ficha, já são 11 horas e até o presente não fui atendida".
Um senhor já idoso diz que tem ido diariamente a Posto e sempre é a mesma resposta: "o médico não veio".
A situação é dramática. Nos postos que ainda funcionam, embora  precariamente, só existem clínico geral. "As crianças aqui morrem à míngua, porque não existem pediatras", diz uma mãe chorosa.
Mesmo assim, Zenaldo garante que está tudo bem, pois melhorou muito do que era. "Se os médicos não estão vindo, vamos averiguar e punir", diz o prefeito. As mães com seus filhos doentes respondem: "mas quando!" Ao vivo, Zenaldo deveria saber, é muito pior. Que o digam os que sofrem com seus filhos à espera de atendimento. Em Belém, em Ananindeua, em Mosqueiro.
Depois, o nariz cresce e ele vai dizer que não sabe o porquê.

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