Eternamente, Tuna Luso Brasileira!

Janeiro é o mês de aniversário da Tuna Luso Brasileira. Meu clube, digo isso de coração, porque faço da Tuna, sem demagogia, uma extensão da minha casa. Clube que todos os sábados me reúno com amigos, que como eu são cruzmaltinos que não abrem mão do encontro semanal na Confraria.

A Tuna está completando 110 de história. Sua fundação não é diferente da maioria dos clubes brasileiros.  Um grupo de amigos, todos caixeiros oriundos de Portugal,  se reuniu em 1903, e resolveu criar um espaço para os encontros sociais com seus familiares.

São 110 anos de muitas glórias, desde a parte social, passando pelos esportes amadores, chegando ao profissional, onde se destaca como uma das forças do futebol paraense e brasileiro.

Neste mais de um século de vida da Tuna, este escriba conviveu pelo menos 30 anos com grandes figuras que fizeram e outras que ainda fazem a história da Tuna. São pessoas que pelo seu trabalho, dedicação e amor à Tuna merecem ser sempre lembradas e reverenciadas. Figuras que fizeram pela Tuna como se estivessem fazendo pela sua própria casa, mesmo porque, para eles -como também para este escriba- a Tuna é uma extensão do próprio lar.

Nesta longa vida da Tuna, são 40 títulos conquistados no esporte náutico, onde a Águia começou sua trajetória esportiva a partir de 1906,chegando ao seu primeiro título em 1920.

Vale lembrar que no esporte náutico, a Tuna foi talvez a única equipe paraense e brasileira a conseguir ganhar seguidamente 10 títulos, entre 1948 e 1957. 

Nesse esporte, ainda hoje reverenciado por muitos paraenses, a Tuna teve atletas que se destacaram como grandes remadores. Como exemplo podemos destacar alguns dos valentes e abnegados heróis cruzmaltinos  como Orlandino Ventura, Manoel Cristino, Heronildes Gomes de Moura, Ilídio Gomes, Esmeraldo Nascimento além de outros.

A Tuna no Remo ganhou, pelas muitas e importantes conquistas, o título de "Rainha do Mar", e até hoje é reverenciada e respeitada como uma das mais importantes agremiações paraenses.

Além do grande destaque no esporte náutico, a Tuna sempre teve participação de destaque e como reveladora de craques em outros esportes amadores. No Futsal, no Handebol, na Natação, no Basquete, Vôlei, Tênis, Tênis de Mesa, Tiro ao Alvo, enfim, a Águia sempre foi uma referência esportiva no nosso Estado. Chegou a praticar em torno de 19 esportes.

Em seu cartel de campeões figuram importantes nomes como o do saudoso Guilherme Paraense, que foi o primeiro Campeão Olímpico Brasileiro na modalidade tiro ao alvo. Guilherme foi atleta da Tuna, como também o medalhista Agberto Guimarães, que participou de três olimpíadas e foi medalha de ouro nos Jogos Pan Americanos de Caracas nos 800 e 1500 metros. Agberto é tido como um dos maiores meio fundistas nacionais e hoje é um dos organizadores das Olimpíadas de 2016. Começou na Tuna, na época em que estudava na Escola Técnica do Pará.

No futebol, onde também fez história, a Tuna sempre revelou grandes jogadores em suas escolinhas e equipes juvenis, que mesmo que tenham jogado por outras equipes, surgiram para o Futebol profissional na equipe de base da Águia do Souza. No passado craques como Sarará, China, Estanislau, Chininha, Juvenil, Bosco, fizeram a história do futebol cruzmaltino. Mais recentemente nomes como os de Edson Cimento, Tiaguinho, Welber e os geniais Giovane e Paulo Henrique Ganso, que hoje brilha pelo São Paulo, ajudaram a escrever parte da vida cruzmaltina. Giovane e Ganso já envergaram a jaqueta verde amarela da Seleção Brasileira.

A partir dos dois títulos brasileiros conquistados respectivamente em 1985 e 1992, a Tuna escreveu definitivamente sua história como uma das mais importantes agremiações esportivas nacionais.

Pelo seu passado, pela sua história a Tuna tem uma grande importância no cenário esportivo e social de Belém. Nestes 110 anos de existência, os verdadeiros cruzmaltinos devem se unir, mas de verdade, para que o sonho de fazer sempre a Tuna maior, seja posto em prática. Os verdadeiros tunantes, aqueles que vêem o bem estar do Clube em primeiro lugar, que frequentam a Tuna, que são cruzmaltinos de verdade, independente de quem esteja no poder, é importante que tenham uma participação maior na vida da agremiação. Eles merecem e devem ser respeitados, valorizados e sempre reverenciados pela história que têm, pelo que fizeram, pela dedicação e pelo amor ao Clube que ajudaram a construir. 

É importante que neste aniversário de 110 anos, os verdadeiros (insisto com isso!) cruzmaltinos reflitam a situação em que se encontra o nosso Clube. Na parte social, na esportiva, na cultural. Que os abnegados, associados, Beneméritos. Grandes Beneméritos e os torcedores, passem a apoiar mais, frequentando, procurando saber das coisas, palpitando.  Sempre achei que os tunantes são muitos; os associados idem, mas estão muito ausentes, têm que frequentar mais o clube. Ajudar para que os vários setores tenham funcionalidade. Não adianta só criticar. Temos que mostrar idéias. Temos que ser o que sempre fomos: um Clube de vencedores, em todos os esportes; em todos os momentos.

Nestes 110 anos, é importante que figuras que são parte viva da Tuna pelo que fizeram e pelo que ainda podem fazer, reflitam e passem a "viver mais" a nossa Tuna. Nomes históricos como os GBs César Mattar, Augusto Viana, João Pisco, João Rito, Alírio Gonçalves, Genésio Mangini,  Álvaro Rodrigues, Antonio Lage Gomes, Eduardo Boulhosa, Francisco Pacheco, Álvaro Vigário, Lisio Capela, Reinaldo Barros, Péricles Oliveira, Raimundo Mendes e Waldemar Marques e os Beneméritos  Amadeu Vidonhos, Arnaldo Abílio, Avelino Tavares, Barra Brito, Celestino Vidonhos, Nelson Carrasco, César Mattar Júnior, Jacyntho Campina, João Guilherme, Josete Pavão, Raimundo Barata,  Nilton César,  Luis Chipelo, Rui Pinheiro, Serafim Correa e Valdomiro Brito unam-se numa só corrente verdadeiramente cruzmaltina, e caminhem para que nossa Tuna seja novamente a Elite do Norte. Seria este um maravilhoso presente aos cruzmaltinos nestes 110 anos da Tuna Luso Brasileira.

Eternamente, Tuna Luso Brasileira!