Dilma e o socialista Humala, presidente do Peru |
A presidenta Dilma Roussef está no Peru desde a noite de ontem para participar da posse do presidente do Peru, Ollanta Humala. Humala, um nacionalista de esquerda, foi eleito em uma disputa acirrada com a filha do ex-presidente Alberto Fujimori, considerado um dos governos mais conservadores dos últimos tempos no Peru. A presidenta Dilma retorna ao
Brasil no fim do dia.
Em sua estada no Peru, Dilma deve participar ainda de uma reunião
extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Um dos temas
será a necessidade de integração regional para fazer evitar
consequências da crise que afeta os Estados Unidos e países da União
Europeia.
"O continente tem que estar preocupado com a situação mundial porque
estamos assistindo a modelos econômicos derretendo", disse o assessor
especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, em entrevista a imprensa.
Segundo ele, uma recessão nos países desenvolvidos afetará a região –
especialmente as economias de países como o Peru, que dependem mais de
exportações. Daí a importância de uma maior integração regional e da
busca de novos mercados, como China e Índia.
Marco Aurélio também falou da tendência de aliar crescimento econômico à
melhor distribuição de renda. “Não basta só crescer e a população ficar
ao Deus dará", disse ele. Como exemplo, citou o caso de Humala, que
inspirou-se no ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e
prometeu ampliar os projetos sociais, sem mexer no modelo econômico.
O nacionalista de esquerda Ollanta Humala assume a presidência do Peru após ter
vencido uma disputa acirrada com a conservadora Keiko Fujimori, filha do
ex-presidente Alberto Fujimori, que governou o Peru de 1990 a 2000.
Humala escolheu o Brasil como destino para a primeira visita após a
eleição e explicou ter feito a opção por considerar o país modelo de
desenvolvimento econômico com inclusão social. Durante a visita, em
junho, Humala declarou a intenção de reforçar a atuação do Peru na
Unasul e no Mercosul, onde é membro associado. Citou ainda o
narcotráfico como um dos desafios a ser enfrentado em conjunto com os
países vizinhos.
Analistas políticos e econômicos avaliam que, internamente, um dos
principais desafios de Ollanta Humala será a falta de emprego no Peru e o
elevado percentual de pobreza no país – aproximadamente 30% da
população são considerados na faixa de pobreza.
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