Ode à Paz e à Reflexão

                                       

Em alguns momentos da vida, sentimos o quanto somos pequenos, impotentes dentro das força da natureza.

A maioria de nós infelizmente quase nunca para e pensa nisso, nas consequências naturais da vida, das peças que ela nos prega, nos caminhos e descaminhos que nos são reservados.  Quando somos surpreendidos com algo que a gente, infelizmente, pensa só acontece com os outros, é que nos damos conta do quanto não somos muita coisa. Que a rica frase do poeta Antonio Carlos Gomes Belchior é muito precisa quando diz "caminhamos para a morte pensando em vencer na vida". Ou quando outro famoso poeta, em grande momento de inspiração fala que "vamos do nada para lugar nenhum". São testes e provas que o Criador nos passa no vestibular da vida.

Ontem passei por um teste desses. O terrível momento de perder, definitivamente, uma pessoa muito querida, muito amada. Uma mulher que dedicou toda a sua vida a cuidar de sua família, de seu marido que já se foi e seus filhos.  De aparência frágil, de voz pausada e calma, capaz de mais ouvir do que falar, era incapaz de questionar, preferia mais concordar, talvez devido sua grande formação cristã. Humilde, sempre pedia por favor, preferia ficar contrariada a contrariar o que quer que fosse ou a qualquer pessoa que fosse, principalmente um filho, embora alguns a contrariassem.

Ela se foi ontem. Não deu para esperar mais uma semana ou talvez ate menos, a minha despedida. Sabia de sua situação, mas não esperava, sinceramente não me preparei para perdê-la, queria vê-la antes. Queria beijá-la, afagar seus lisos e brilhantes cabelos, olhar em seus negros olhos, admirar seu sorriso, frágil mas franco. Sinceramente, sinto-me como poucas vezes em minha vida, fragilizado pela perda. Mas tenho que tocar o barco. Em homenagem à minha querida mãezinha, um poema sobre a tristeza, mas cheio de pureza e  beleza. Sobre a humildade de simplesmente viver. Viver como ela sempre  desejou a todos nós: sendo feliz. Que sua alma descanse em Paz.