DEM promete expulsão e Psol pede cassação do Senador Demóstenes Torres

Dupla implacável que não foi muito longe: Demóstenes e Cachoeira

O feitiço virou contra o feiticeiro. Na época em que foi candidato ao Senado, Demóstenes definia-se como o baluarte da decência, da responsabilidade, sendo um critico mordaz dos ficha-sujas. Pego no flagrante em atos bate-papos com o bicheiro Cachoeira, Demóstenes Torres (DEM-GO)se vê agora na alça de mira de seus próprios colegas de DEM, já que o partido decidiu ontem abrir processo para sua expulsão por “reiterado desvio de conduta partidária”. Para evitar o desgaste em ano eleitoral, o rito será sumário: Demóstenes, investigado pela Procuradoria-Geral da República por sua relação com o empresário Carlos Cachoeira, tem prazo de uma semana para a defesa, mas a expulsão do traquinas senador goiano é dada como certa por membros da sigla. 

Mesmo que o desgaste partidário e político seja grande, parece que a expulsão é justamente o que a defesa de Demóstenes queria: dentro da estratégia de forçar a expulsão, ele desafiou a cúpula do DEM não atendendo ao ultimato para explicar seu envolvimento com Cachoeira, suspeito de explorar jogos ilegais. Demóstenes disse a amigos mais chegados que, para o sucesso de sua defesa jurídica, prefere ser expulso a sair do partido. Ele avisou o DEM que não apresentaria o pedido de desfiliação alegando que precisa de tempo para analisar o inquérito da Polícia Federal, mas sua intenção é evitar a perda dos direitos políticos.

Por outro lado, ontem, os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmaram que vão cobrar do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que antecipe a reunião do Conselho de Ética para avaliar a representação do PSOL que pede a abertura de processo por quebra de decoro contra o ex-líder do DEM Demóstenes Torres (GO).
O parlamentar goiano foi flagrado em grampos telefônicos defendendo interesses do contraventor Carlinhos Cachoeira, acusado encabeçar uma quadrilha que explorava jogos de azar em Goiás.
O conselho marcou uma reunião para a próxima terça-feira, dia 10, com o objetivo de eleger seu novo presidente. O cargo está vago desde setembro do ano passado, mês em que o senador João Alberto (PMDB-MA) deixou a Casa para ocupar um cargo no governo do Maranhão.
O inferno astral de Demóstenes Torres pelo seu envolvimento com o trapalhão Cachoeira ainda vai demorar. Mas tudo leva a crer que seu mandato de senador vai pro beléleu.