quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A triste sina dos jovens jogadores paraenses

Romeu: talento e elegância
Impressionante como os jogadores que têm deixado Belém para equipes de outros estados têm retornado com grande brevidade, sem conseguir sucesso. A maioria, ainda em idade ideal para a prática do futebol, entre os 20 e 30 anos, parece que quando sai daqui desaprende a jogar, pois não conseguem aprovar fora. Dos últimos que saíram são poucos os que ainda estão fora. Nonato, já veterano, é um deles.
Rafael Oliveira, que saiu do Paysandu como um dos maiores artilheiros do Brasil, passou pouco tempo, jogou umas duas vezes na Portuguesa, retornou a Belém e não consegue mais reencontrar o futebol que o fez ser negociado para outro estado. O mesmo aconteceu com Moisés, uma grata revelação que foi desejado e contratado pelo Santos. Moisés voltou para Belém e a única novidade que trouxe foi o cabelo a la moicano. O futebol, ao que parece, diminuiu.
Um dos jogadores que este escriba tinha esperança que desse certo, Aleilson, que surgiu no Águia de Marabá e que mostrou talento em jogos com equipes fortes, como o Fluminense do Rio, retornou e agora a Imprensa mostra que assinou contrato com  uma equipe que de tão fraca, até para as disputas da Segundinha, tem poucas chances. Aleilson chegou a jogar pelo Flamengo, mas depois passou por várias equipes menores até voltar para o Pará. É bem jovem ainda, tem 26 anos. Na mesma leva de Aleilson, foi o jogador Flamel, que ainda disputou um campeonato pelo Olaria, mas passou menos de um ano no Sudste.
Outro que não conseguiu sucesso fora, depois de ter sido negociado para o exterior, foi Thiago Potiguar. Jogador jovem, veloz, com bom domínio de bola, o atleta retornou e até agora não reencontrou seu outrora belo futebol.
Uma das grandes promessas que surgiu na base do Remo, o jogador Romeu, primo de Rogerinho, que sagrou-se inclusive vice-campeão pela Tuna, em 2007, foi outro que saiu de Belém, voltou e não tem dado  sorte em equipe nenhuma. Soube que está parado, aguardando uma nova oportunidade. Romeu ainda é muito jovem, deve ter entre 26 e 27 anos. Sua passagem pelo Marília-SP,  imaginei que seria de pleno sucesso, já que é um atleta focado na responsabilidade e é um bom jogador. Quando retornou passou  por Paysandu, Cametá mas anda meio desaparecido.
Da mesma época de Romeu, Barata foi outro que surgiu e não emplacou. Já esteve em várias equipes de fora, mas como falam é "barqueiro", se for mesmo, tem motivos para não emplacar. Quando esteve na Tuna, contraiu uma meningite, mas felizmente recuperou. Não se ouve mais falar dele.
O lateral Paulinho, uma das grandes promessas que saiu da Tuna para o Nordeste. Ganhou tpitulos e foi contratado pelo Botafogo de São Paulo. Mas retornou poucos meses depois. Paulinho deve ter 25 anos, é bem jovem e eu acredito que não é jogador de "barcada". Mas alguma coisa aconteceu.
Em outras épocas nossos jogadores saiam de Belém e faziam belas carreiras no Sul e em estados do eixo Norte-Nordeste, como Mesquita,  Marinho, Paulo Tavares, Clésio. Mais recentemente, entre 10 ou 20 anos, jogadores como Paulo Robson, Giovani, 
Arinelson brilharam em várias equipes nacionais e internacionais. Foram, fizeram carreira e só retornaram quando já eram veteranos.
Não acredito em histórias de que "camisa pesa" ou "jogador não se adaptou". Acredito mais na questão da discriminação a atletas e em jogadores que não se focam na profissão, entram  em "barcas" e esquecem de que a profissão é curta e quem quer  vencer tem que aproveitar até os 30, 32 anos. 
2012 foi um ano em que as equipes mais revelaram jogadores, principalmente Remo e Paysandu.  Alguns já se foram, como Bartola e Reis, a preço de banana, pois pela idade e pelo talento eram para ser mais valorizados. Os dois, grandes valores, têm tudo para brilhar e só retornar depois de mostrarem que o Pará é um dos maiores celeiros de craques do Brasil.
Mas aproveitando o gancho, é necessário que se crie uma mentalidade mais profissional nas equipes formadoras, para que além de formar o jogador, forme também o caráter do cidadão, além de preocupar-se  também até com a parte  intelectual do atleta, para que quando surgirem oportunidades de mudança de ares, eles aproveitem e cresçam profissionalmente. 
Afinal, é muito triste se ver um atleta que imagina-se terá grande futuro na curta profissão de jogador sair de sua terra cheio de sonhos, e poucos meses ou no máximo um ano depois retornar desestimulado e com parte daqueles sonhos transformados em pesadelos.

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