quinta-feira, 19 de julho de 2012

O papelão do Flamengo

Hoje, muito cedo, abro a caixa de emails e vejo o rosto sorridente do camarada Petrúcio, com uma frase onde ele demonstra o sonho dele e de outros torcedores: "depois dessa vitória de ontem, só nos resta trabalhar para erguer a taça de campeão do Brasileirão 2012".
Calma, amigo Petrúcio. Controle um pouco sua euforia.
A vitória do Corintians sobre o Flamengo por 3 a 0, ontem, em pleno Engenhão  -mesmo que este escriba imaginasse que o melhor resultado seria o empate-, mostra claramente que o time de Tite está focado, agora, no Brasileirão. Foi um escore construído em cima dos erros do frágil e perdido time do Flamengo, em jogadas que ninguém imaginava acontecessem, principalmente porque os jogadores rubronegros envolvidos, são das poucas  peças importantes do atual elenco.
Ironia ou má fase? Desleixo ou irresponsabilidade? São perguntas que ninguém pode responder, porque mesmo que seja visível o quanto o time do Flamengo está perdido em toda a partidas que joga, ao que parece nem o Diretor de Futebol Zinho, nem a presidente Patrícia querem enxergar com uma visão lúcida o X do problema.
Ontem, mais uma vez, a equipe rubro negra entrou em campo totalmente perdida, sem esquema tático, com um amontoado de jogadores sem rumo. O trem rubro negro, assim, só poderia sair dos trilhos. E foi o que aconteceu. Mesmo que no primeiro tempo tivesse maior posse de bola, num jogo de muitos passes mas muito esquisito, sem objetivo algum, o Flamengo praticamente "deu" o primeiro gol ao Coríntians, através da pixotada do argentino Botinelli, que desligado, perdeu para o gorducho Douglas na intermediária. Esse deu um pequeno pique e chutou sem chances para Paulo Victor. 
A equipe do Flamengo perdendo de 1 a 0, não se entregou mas não conseguia se entender em campo. Leo Moura, que voltou ontem, ainda tentava algumas jogadas de linha de fundo, mas a bola não chegava nunca a Vagner Love, um pouco recuado na tentativa de criar jogadas, nem em Hernane, um dos mais fracos em campo.
Mas a situação mudou quando o meia Renato Abreu cometeu o vacilo de dar uma bola de calcanhar dentro da área. A regra diz que "bola na área tem que ser despachada para o mato, pois o jogo é de campeonato". Ele não seguiu a regra, então a redonda sobrou novamente para o gordo e sortudo Douglas, que chutou de primeira. Foi o segundo do Coríntians e praticamente o fechamento do caixão rubro negro.
O Corintians chegou ao terceiro gol no segundo tempo, num passe de Douglas (estava no seu dia ontem) para Danilo, que encheu o pé sem chances para o bom goleiro Paulo Victor.
O jogo poderia ter chegado a um placar mais elástico, não fora uma penalidade desperdiçada por Emerson Sheik. Vale salientar, que a bola não foi pênalti, mas o árbitro marcou e felizmente para o Flamengo Sheik perdeu.
O Flamengo tem tudo para em 2012 fazer o seu pior Brasileiro. Desde a saída de Vandeley Luxemburgo, por decisão da presidente Patrícia Amorim e imposição de Ronaldinho Gaúcho, o Mais Querido não consegue formar um bom time e ter um sistema de jogo definido.
Pelo que se vê nos jogadores, existe um total desprezo pelas orientações de Joel, que sem o apoio da torcida e apenas "suportado" pela diretoria, não consegue formatar um esquema de jogo que possa dar esperanças aos flamenguistas. Tem culpa a diretoria, que depois da saída de Luxa teve que amargar a trairagem de Gaúcho na Justiça do Trabalho. 
No penúltimo jogo, contra o Bahia, o Flamengo escapou por que o árbitro marcou uma penalidade que não houve. Mas o resultado era para ser diferente. Ibson, que voltou para a equipe da Gávea, não consegue render na posição em que está, enquanto os jovens valores que entram na equipe, como Mateus e Adryan, precisam jogar ao lado de jogadores mais experientes mas com talento, para mostrarem o bom futebol que possuem. Do jeito que está, eles infelizmente também farão parte do papelão do Flamengo.
Vejo as possíveis contratações de Paulo Henrique Ganso e Riquelme pelo Flamengo como importantes para dar mais mobilidade ao meio de campo e ao ataque da equipe da Gávea. Ganso seria o lançador de bolas ao ataque e Riquelme, que é um meia que está sempre como terceiro homem de ataque, faria o papel que Ibson e Botinelli  ainda não conseguiram fazer.
Se não houver uma mudança radical no Flamengo, inclusive com a saída de Joel Santana, que como técnico tem um belo e vitorioso histórico no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro, por isso e não merece o tratamento que hoje a torcida rubro negra lhe dispensa, tranquilamente o camarada Petrúcio vai ter bala na agulha para mandar muitos emails. Pelo menos criticando a sofrida torcida do Mais Querido.

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