Remistas querem eleições diretas. Na Tuna já houve, mas Estatuto foi "rasgado"

Ontem a torcida do Remo, em pleno Baenão -mesmo com a vitória da equipe azulina- protestou cobrando do Conselho Deliberativo e da Assembléia Geral, mudanças no Estatuto do Clube. A principal reivindicação da torcida remista é por eleições diretas, um sonho de todas as torcidas nacionais, algumas já usufruindo desse direito democratático.

Este escriba, juntamente com um grupo de companheiros verdadeiramente cruzmaltinos, foi um dos que lutou por esse direito na Tuna Luso Brasileira, que ano passado mudou Estatuto e foi o primeiro clube paraense que pôs em prática esse direito de torcedores e associados, que queriam participar das eleições diretas para formação de diretoria executiva, do Conselho Delibrativo e da Mesa da Assembléia Geral.

Na Tuna, a luta foi árdua para que conseguíssemos essa vitória democrática. Conservadores fizeram tudo para que o retrocesso, principalmente no que concerne a eleições de Conselheiros e dirigentes do Clube. Grupos mais à direita lutaram para que, pelo menos as eleiçoes, continuassem pelo processo indireto, um sistema por demais reacionário, pois é um colegiado de notáveis, que -na verdade nem sempre é formado por notáveis!- elege Diretoria Executiva, Mess da Assembléia e do Conselho Deliberativo.

Porém, hoje, depois das eleições democráticas, a Tuna, os cruzmaltuinos e associados sofrem por terem colocado um presidente que não respeita,  não dá a mínima, ou seja, praticamente "rasgou" o Estatuto. Não cumpre nada do que está no documento e o mais lamentável disso é que o Conselho, apesar das denúncias que são feitas corriqueiramente, nada faz, deixando o presidente fazer da Tuna o que bem quer, a bel prazer, nao se importando com o que estão sofrendo os associados.

O presidente, que para ser eleito contou com o apoio de toda a Comunidade luso brasileira, hoje desrespeita o Estatuto e à própria comunidade, que certamente deve estar arrependida de ter apoiado a eleição de uma pessoa totalmente descomprometida,  sem amor e sem repseito pela história da centenária Tuna Luso Brasileira.

Cruzmaltinos os mais diversos têm se manifestado através de denúncias ao presidente do Conselho, que mesmo que a alguns dias tenha declarado que iria tomar providências, ate o momento o não se manifestou com providências.

Festas populares,  em todos os espaços do clube, com aparelhagens de som "treme terra", aluguéis de todos os espaços, desrespeitando os direitos dos associados, piscinas infantil e olimpica sem funcionar,  serviços como o de bebidas e alimentação com pouca qualidade e por preços exorbitantes e até  aluguél de um espaço nobre do clube para um conselheiro e membro do Conselho Fiscal, que sub-locou para terceiros que fizeram uma festa com bilheteria particular,  estranha à Tuna, além de perseguição a quem não reza em sua cartilha, como os ditadores fazem nos regimes totalitários.

São fatos que entristecem aos verdadeiros cruzmaltinos, pois o presidente age como se fosse o dono do clube, transformando uma história centenária de sucesso nos esportes e na sociedade paraense, como é a da Tuna Luso Brasileira, em uma baderna só, num enorme desrespeito a quem ama e só quer o bem da Elite do Norte.

Que Remo e Paysandu mudem seus estatutos. É uma necessidade democrática, o direito dos associados em colocar como gestores o que eles acham melhor para o clube. Mas é importante que como são em maior número que os cruzmaltinos, quando o presidente "pisar na bola" literalmente, se encham de coragem e através de pressão ao presidente do Conselho e  da Assembléia Geral, cobrem a saída imedita do presidente. É para isso que serve um Estatuto, desde que ele seja cumprido.