quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Divagações sobre a chacina dos Pesseguini

Não sou muito chegado a programas policiais, às páginas policiais dos jornais, já postei isso e creio não foi só uma vez. Mas chega um momento que temos que nos preocupar com tanta coisa estranha que está acontecendo. Excesso de violência, a vida não valendo lá muita coisa, talvez por pura insensibilidade das pessoas: de assassino de aluguel, de traficantes e até de drogatícios, que usam e abusam de drogas e cometem delitos, crimes os mais bárbaros. É uma situação de quase pavor que estamos vivendo, essa é a realidade.
O último grande fato, que deixou o Brasil estarrecido,  foi o caso do garoto Marcelo Eduardo Bovo Pesseguini, de apenas 13 anos, apontado pela polícia paulista como o matador de seus pais, avó e tia, além de ter se suicidado.
Sou muito cético com essas conclusões apressadas da policia. Tudo bem que o delegado Itagiba Franco deve ter pelo menos 40 anos de profissão e uma larga experiência em desvendar crimes. Isso lhe dá até cacife para fazer conclusões. Mas, repito, como cético que sou, acho que devem ser feitas melhores averiguações, um trabalho mais elaborado, até científico, para se chegar a conclusão mais exata.
Não entra na minha cabeça de ser humano que valoriza muito a vida -a minha e a dos outros- que uma criança de apenas 13 anos tenha tramado tanta coisa de uma só vez e conseguido matar, ao que parece e diz a policia, tão rápido, quatro pessoas adultas.
Primeiro que pai e mãe de Marcelo eram policiais. O pai, com 40 anos de idade, deveria ter pelo menos
"Elementar, meu caro Itagiba..."
20 como polícia, ou seja, tinha experiência suficiente para não dar vacilos, nem dentro de sua própria casa.
Segundo porque conforme o que descreveu o delegado Itagiba Franco, responsável pelo caso, as evidências não deixam claro que o garoto foi o matador da família e tampouco suicidou-se, embora ele garanta isso.
É visível que o delegado fincou pé na questão, mas mesmo que  encontre sempre "provas" para mostrar que tudo leva a crer que foi o garoto Marcelo que cometeu os cinco crimes, suas conclusões nada sherlokeanas encontram sérias barreiras dentro do entendimento humano, como por exemplo:
1- Por que a mãe do garoto foi encontrada de joelhos? Será que ela pediu clemência para não morrer?  E se isso aconteceu, por que ela não gritou?
2- Com tantos tiros, tantas mortes, como ninguém na vizinhança ou mesmo na rua não ouviu os estampidos?
3- Como o garoto que, segundo a polícia, matou a família entre meia noite e o inicio da madrugada, pode ter saído de casa por volta de 1h25m da madrugada, dormido no carro da mãe, que havia dirigido até perto de sua escola, pode ter dormido no próprio carro, e depois acordado pouco depois das 6 da manhã e rumado para a escola sem fazer nenhuma higienização pessoal, trocado a roupa? Será que ele dormiu com a própria farda escolar? Se não, onde ele mudou a roupa? Não lavou sequer o rosto?
4- Como poderia o garoto Marcelo atirar contra si e depois a arma amarecer debaixo de seu corpo, parecendo que havia sido guardada? Penso que a tendência era a arma cair de suas mãos, após o disparo.
5- Como não ter vestígios de pólvora nas mãos do garoto depois de acionar a arma várias vezes?
6- E a história das luvas, que segundo a polícia foram encontradas no carro da mãe de Marcelo? Será que "após se suicidar", o garoto "levou" as luvas para o carro?
Não precisa ser Sherlock Holmes para entender que a rápida investigação de Itagiba, muito apressada, por ora não reúne elementos suficientes para que se indique que Marcelo, o garoto de 13 anos, seja o assassino da própria família e tenha cometido suicídio.
A polícia, a meu ver, infelizmente, não foi muito feliz com conclusões tão apressadas e talvez precipitadas do delegado paulista. Marcelo Pesseguini pode sim ser o autor desta terrível chacina. Mas a polícia tem que convencer melhor, porque até o presente não convenceu meio mundo de muita coisa, não.
Imagine se na casa do Pesseguini tivesse um mordomo...

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