No meio do caminho, tinha uma pedra...

O famoso poema de Carlos Drummond de Andrade ressurge na vida do Paysandu. E justamente na estréia do técnico Givanildo Oliveira. A equipe do Salgueiro, que é a pedra no meio do caminho do bicolor paraense, depois de um péssimo começo na Série C, subiu de produção e tem hoje um dos melhores ataques do Campeonato Brasileiro da Série C.

A ascensão do Salgueiro coincidiu justamente com a entrada do centro avante Marciano, velho conhecido dos paraenses por já ter jogado por aqui. Marciano, que é também ex-jogador do Icasa, entrou naquela fase de fazer muitos gols e é a maior ameaça do Salgueiro para o Paysandu.

Inegavelmente o jogo de domingo com o Salgueiro é meio complicado. O Paysandu desde que começou está naquela de "chove não molha": em um momento está bem, depois fica mal, na verdade a equipe bicolor não conseguiu ainda entrar num clima que propicie à sua torcida um sentimento de tranquilidade, de que tudo vai dar certo e o time vai figurar entre os quatro classificados. Sábado, por exemplo, foi uma guerra para sair do 1 a 0 que perdia para o Cuiabá e mais difícil ainda virar o jogo para 2 a 1. É sempre assim: um sofrimento do princípio ao fim de cada jogo.

Para domingo, estreando novo técnico e com o apoio de Lecheva, que agora está como auxiliar técnico do comandante da equipe, torcedores esperam que o Paysandu faça uma grande partida, vença e varra de vez de sua vida o fantasma do "Carcará do Sertão", como é chamado o Salgueiro. Mas para isso acontecer, resta saber como vai proceder Givanildo: se vai ouvir Lecheva e lançar uma equipe voluntariosa, com vontade  de vencer, com muita garra e comprometimento. 

Como o Paysandu tem um elenco onde predominam mais os jogadores "importados", parte deles infelizmente descomprometida, o velho Giva vai ter que se curvar e ouvir muito Lecheva, isso se quiser voltar a ser um vencedor no Paysandu. Se optar ao contrário, vaidoso e rabugento, vai ter de  se conformar em passar uma pequena temporada em Belém e voltar para Recife, como aconteceu em sua passagem pelo Remo, em 2010.