segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sobre charges e cartuns com muito humor


O "Amigo da Onça"  é o que abriu as pernas para a bola passar 

Como postei matéria sobre cartuns, charges e caricaturas, lembrei de dois grandes nomes dessa arte genial. Um deles já se foi, mas ainda hoje é tido como um dos mais criativos de todos os tempos, e o outro está doente, muito ruim. O primeiro, Péricles, que conhecí através de livros, documentários e textos em  revistas especializadas, foi criador do "O Amigo da Onça", um dos personagens mais marcantes da Imprensa brasileira, figurando semanalmente na revista O Cruzeiro, a mais famosa publicação nacional, já fora de circulação há alguns anos. O personagem de Péricles era tão forte que chegou a influenciar em sua personalidade, um tanto atormentada, diz a história, por ter sido o criador do tal amigo da onça. Entrou na cultura brasileira de uma maneira que ainda hoje, quando se quer dizer que uma pessoa fez algo que não foi legal, tipo uma trairagem, é chamado de "amigo da onça".
Cheguei a ler algumas piadas do Amigo da Onça (conheci pessoas, na minha infância, que tinham coleção encadernada que recortavam semanalmente da Revista O Cruzeiro com as piadas do Amigo da Onça).
Péricles suicidou-se aos 37 anos, em seu apartamento no Rio de Janeiro, ligando o gás, fechando toda a casa, mas antes deixando um aviso pendurado na porta: "Não risquem fósforos".
O outro cartunista famosos é o grande Sérgio Jaguaribe, conhecido nas rodas mundanas como Jaguar. Jaguar foi um dos fundadores do nanico O Pasquim jornal que fez a cabeça de toda uma geração (inclusive a minha). Grande bebedor, boêmio inveterado, Jaguar tem um traço fino e irônico.  Aos 80 anos, mês passado, segundo confessou em crônica no Jornal O  Dia, est[a com cirrose e câncer no figado. Brincando com a doença e com a morte com muito humor, Jaguar, na consulta de rotina, perguntou:
 "E aí, doutor, o que tenho que fazer agora?".
 "Operar" -respondeu o médico.
"E se não operar, doutro, como eu fico?"
" É mais ou menos 20 a 24 dias de vida", respondeu o médico bastante sério.
"Depois da operação, doutor, eu posso voltar a berber? -perguntou Jaguar.
"Nunca mais", respondeu o médico.
Jaguar perguntou então ao médico como ficaria sua alimentação, já que não poderia beber mais.
"Você não pode comer gordura de especie alguma, carne frita, ovo, feijão com charque, peixe frito, bobó de especie alguma, carne enlatada, sardinha, carne de porco, torresmo, feijoada, buchada..."
Desesperado com imensa relação do que estava proibido de comer, Jaguar interrompeu o médico:
"Peraí, doutor. Beber eu já sei que não posso. Agora dá para o senhor fazer uma relação do que eu posso comer?".

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