sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A incomparável leveza do ser... poeta

 

Paulo Diniz, cantor e compositor que imortalizou grandes canções, pode ser considerado o primeiro a musicar poemas de grandes nomes de nossas letras, gravar e fazer sucesso. Diniz, um pernambucano que iniciou carreira como locutor de rádio no Ceará, e que embora diga em uma de suas músicas "Eu vim de Piripiri", no Piauí, na verdade é pernambucano e começou a fazer sucesso no incio da década de 60 com uma música da pior qualidade: "O Chorão".
Paulo Diniz compôs centenas de músicas tendo com um de seus principais parceiros o compositor Odibar. E foi dele a idéia de musicar poemas de poetas famosos ainda na década de 70. O primeiro foi "José", poema de Carlos Drummond de Andrade, que musicado virou mania nacional, e embora com quase 40 anos de gravada a canção até hoje é sempre executada e pedida em barzinhos e shows de cantores da noite.
Depois de Paulo Diniz, Raimundo Fagner entrou na seara de musicar importantes nomes, gravando a portuguesa Florbela Spanca, Cecília Meireles, e outros. Belchior seguiu o caminho e "pegou" versos de Olavo Bilac ("Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o censo e eu vos direi no entanto...");  Maria Betânia gravou Wally Salomão ("Ó abelha rainha, faz de mim um instrumento do teu prazer, sim. E de tua glória, e de tua gloria"); Guilherme Arantes, Moraes Moreira  e muitos outros gravaram Paulo Leminski e a poesia foi desabrochando por aí afora.
Mas o precursor mesmo foi Paulo Diniz, que além de gravar Drummond e popularizar a obra do grande poeta  que Minas Gerais deu ao Brasil, gravou também Gregório de Matos Guerra, Augusto dos Anjos e até o grande Manuel Bandeira, deste, um de seus grande poemas: "Vou-me embora pra Pasárgada". Aquele que ele diz "que é amigo do rei".
Este escriba faz uma pequena homenagem aos poetas que conseguiram deixar seu legado não somente nos livros, infelizmente um meio de divulgação que não chega muito ás massas, mas nas músicas, que também lamentavelmente muitos ouvem mas não sabem e tampouco procuram saber o autor. O poeta, que muitas vezes torna-se compositor, passa  a ser uma espécie de herói oculto de uma cultura popular, 
tão profunda, tão penetrante como é a música, é referenciado aqui na bela, bonita e incomparável voz de nossa musa Maria Betânia. O poema é do grande poeta baiano Wally Salomão, e com "Abelha Rainha" Betânia invade e homenageia o mundo poético que Paulo Diniz, Guilherme Arantes, Fagner, Belchior, Moraes Moreira e muitos outros artistas com suas vozes colocaram na imortalidade as obras e os nomes de Carlos Drummond, Augusto dos Anjos, Cecília Meireles, Florbela Spanca, Gregório de Matos Guerra,  Paulo Leminski, Manuel bandeira e muitos outros.

6 comentários:

  1. o Chorão não é uma musica tão ruim

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  2. ah,o senhor já ouviu os 2 CD's de poemas de Carlos Drummond de Andrade musicados e cantados pelo rei Belchior ?

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  3. Ouví algumas músicas, mas não os CDs. Tem para vender? Onde?
    Sobre o Chorão acho uma música ingnua e fraca. Porém, felizmente com essA música apareceu o `Paulo Diniz, que reputo um dos bons de nossa MPB.

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  4. é uma musica e ingenua e gostosa,nem tudo precisa ser uma "divina comedia de dante" pra ser boa.
    Pingos de Amor por exemplo tambem é uma boa canção
    http://www.4shared.com/rar/5AAvT3U0/Belchior_-_2004_-_As_Vrias_Car.html tem pra baixar o segundo disco do Belchior musicando Drummond,pq são dois

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  5. http://www.4shared.com/rar/5AAvT3U0/Belchior_-_2004_-_As_Vrias_Car.html

    esse link da pra baixar o segundo CD de Belchior musicando Drummond

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  6. Obrigado Julinho. Foi eu que pedi para meu filho digitar perguntando o endereço. Se formos falar da obra de Paulo Diniz, suas canções com Odibar são fantásicas. Já ouvistes "Vou-me embora pra Pasárgada"?

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