João Gilbert, baiano de Juazeiro, é um dos maiores expoentes da música brasileira. João chegou ao Rio no final dos anos 50 e logo se entrosou com compositores, músicos, pessoal do samba, da música de raiz. Sua batida diferente no violão foi logo notada pelos mais veteranos, que viram no jovem baiano a possibilidade de uma mudança no carente cenário musical brasileiro, já que o marasmo que proliferava naquele tempo com bolerões e sambas-canções, mostrava uma visível a necessidade de um novo som, um ritmo mais brasileiro, cadenciado, uma sacudida na cultura musical brasileira, que vinha na mesmice desde o pós-guerra. Esse novo movimento, que além do som, mudou também a característica das composições, além de João Gilberto, teve outros gurus afinadíssimos com o violão de João. Baden Powell, Carlinhos Lira, Roberto Menescal, Vinicius de Moraes, e o maestro Antonio Carlos Brasileiro Jobim, o nosso Tom Jobim.
João Gilberto vive tipo um auto-exílio nos estados Unidos, país que ele adotou como pátria sua. Tenho lá minhas criticas sobre sua opção, mas defendo que cada um faz o que quer. Mesmo porque, João é muito querido e respeitado nos EUA e na Europa, onde faz turnês acompanhado de seu violão e sempre arrasa. Mas acho que João no Brasil seria muito melhor, pelo menos para o povo brasileiro, que teria chance de conhecer um artista que tem fama de chato, mas que na verdade é um dos monstros sagrados da música mundial.
Essa música que o Blog presenteia aos seguidores e navegantes é uma das obras primas da Bossa Nova. Uma música que fala de um sentimento cuja palavra só existe em nossa língua. "Chega de Saudade" com a voz e o violão do genial João Gilberto e seu conterrãneo Caetano Veloso.
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