Que Woody Allen é um cineasta genial, isso ninguém discute. Amante de Nova Iorque o americano que abandonou a esposa Mia Farrow pela filha de criação do casal, deixando o mundo inteiro estarrecido, em entrevista a uma revista nacional falou de seu último filme, "Meia-Noite em Paris", que como os demais são fac-símiles de seu alter ego, falou de seus traumas, de suas insatisfações pessoais e de quanto trabalha para superar suas crises.
Allen, que faz uma média de um filme por ano, aos 75 anos é um ator, escritor e cineasta realizado. Sempre usa frases de efeitos e extremamente inteligentes como "há uma coisa pior do que já nascer condenado à morte" ou "a magia me ajuda a não cair em depressão".
Woody Allen diz que pretende fazer um filme no Rio de Janeiro, mas teme vir a Brasil -imaginem!- por medo do calor. Aliás o calor é um bicho de sete cabeças na vida do cineasta. Em Cannes, para mostrar seu filme, ele já entrou no hotel reclamando do calor e depois do chuveiro. E olhe que era um hotel cinco estrelas e em plenas margens do Mar Mediterrâneo.
Autor de pelo menos 50 filmes, dentre os quais "Noivos neuróticos; noivas neuróticas", "Maridos e esposas", "Sonhos de um sedutor", "Poderosa Afrodite", diz que sobre a idéia de filmar no Brasil, já enviou sua irmã para ver as condições da cidade do Rio de Janeiro. Indagado se vai gostar do Rio, diz que não conhece o Brasil, mas para dizer se vai gostar, só vindo para ver. Mas sabe que o Rio é calorento e isso é um ponto negativo para filmar na Cidade maravilhosa.
Allen garante que só colocou Carla Bruni, mulher de Nicolas Sarkozy, presidente da França, em seu último filme, pela beleza da Primeira Dama francesa, que conheceu há mais ou menos dois anos. "Você não queria participar de um filme", perguntou a Carla, que respondeu que sim, pois "seria interessante mostrar no futuro para meus netos".
Allen diz que não gosta de viajar, nem para festivais. "Só vou porque minha família gosta, mas eu não suporto, prefiro ficar sempre em Nova Iorque". O cineasta diz que não é hipocondríaco, mas salienta que sempre imagina o pior quando o assunto é doença. Diz também que pensa muito na morte, "até mais da conta".
Allen pode filmar no Brasil. |
Em seu último filme, "Meia-Noite em Paris", que está em cartaz no Brasil, Allen mostra um roteirista em crise. Enquanto a noiva do escritor só pensa em coisas fúteis, ele se distrai voltando no tempo, artifício que o permite conviver com intelectuais dos anos 20 como o escritor Ernest Hemingway, o pintor Salvador Dali e o casal americano Scott e Zelda Fitzgerald.
Woody Allen diz que "falta coragem às pessoas para saírem de um casamento fracassado" e que hoje, ao contrario do passado, é um típico pai de família. "Não conseguiria mais passar uma noite bebendo num bar na companhia de intelectuais e mulheres bonitas", diz. E que sua grande diversão hoje é vestir uma camiseta e assistir a uma boa partida de beisebol pela televisão.
Woddy Allen, que é muito ligado á música e toca alguns instrumentos, diz que gostaria de ter sido um músico, mas no nível de um Louis Armstrong, que segundo ele, teve oportunidade de conhecer mas não quis.
Ao final da entrevista diz o que espera da vida aos 75 anos: "Queria que o homem nascesse já sabendo o motivo. E queria que ele não envelhecesse após um certo período. Não queria que ninguém ficasse doente ou morresse. A condição humana é trágica demais para o meu gosto".
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