O tempo passa e ao que parece as diretorias dos dois principais times paraenses não aprendem. Todos os anos erram nas contratações, trazem os "bondes", os "treineiros", aceitam imposições destes e sempre termina com a "vaca indo para o brejo". Mesmo que sempre ganhem, mas não fazem um campeonato satisfatório, não mostram um futebol que seja equivalente ao investimento. É só olharmos um pouco para trás e veremos que nem Remo nem Paysandu conseguem fazer uma equipe boa, competitiva, que encha os olhos de Imprensa e de torcedores há anos.
Ano passado o Paysandu foi campeão mas, sinceramente, não convenceu a ninguém. Uma equipe comum, que podia até ganhar das equipes que fazem pequenos investimentos ou investem equivocadamente. Mas se as contratações, os investimentos das equipes menores forem corretos ou pelo menos mais ou menos, eles -Remo e Paysandu- dão com "os burros n'água". Como está acontecendo agora.
É inadmissível que Remo e Paysandu contratem sempre errado. Falo dos dois, porque são as equipes que têm maior poder aquisitivo, em forma de publicidade, apoio governamental e renda dos jogos, graças ao grande patrimônio que possuem que são suas torcidas. O Paysandu, que agora dispensou Sérgio Cosme, trás qualquer jogador que o técnico ou "empresários" indiquem. Aí são erros por cima de erros. Primeiro o pecado de trazer um treinador caro e sem o norrau suficiente para ganhar salário tão alto. Seria mais óbvio, que para uma competição local, no caso o Paraense, se usasse uma fórmula caseira, e não trazer alguém tão famoso, pois a maioria das equipes que disputam o Campeonato têm profissionais locais. Então é mais barato e talvez até mais eficaz trabalhar com um nome local. Isso nenhum dos dois faz. Por que? Pelo próprio preconceito que têm com os nomes locais. Não adianta o Charles ter jogado no Flamengo, na Seleção Brasileira e ser além de bom caráter, competente. para Remo e Paysandu "ele não presta", o dirigente e o próprio torcedor diz isso. Aí usam a velha fo´rmula do treinador de fora. Eles chegam, trazem suas equipes, indicam jogadores -a maioria sempre parados há tempos-, escalam à bel prazer e fazem a charopada de sempre. Isso é todo ano.
É bom frisar também, que além dos técnicos de fora fazerem "o jogo deles", trazendo quem eles querem, principalmente jogadores, esses profissionais procuram de todas as formas "queimar"! o jogador local, o nativo. Assim, não adianta ser bom de bola com técnico de fora. Eles dão 10 oportunidades para os deles, e três para os nossos. Quem trabalha ou trabalhou com futebol, quem é boleiro, sabe disso. Principalmente os jogadores.
Para se ter uma idéia das contratações erradas, péssimas mesmo de Remo e Paysandu para este ano, por exemplo, é só enumerar os atacantes das duas equipes e ver quem está fazendo gols. No Paysandu, o artilheiro é Rafael Oliveira, um garoto nativo de Ananindeua, que só joga porque é bom de bola mesmo e sabe fazer gols. Para sofrer uma pequena valorização foi necessário o Tiago Potyguar ir embora e a diretoria vislumbrar perder seu homem-gol. Imediatamente aumentaram o salário do garoto, que tenho certeza ainda ganha bem menos que Zé Augusto, o dispensado pela segunda vez Alex Oliveira e o tal Mendes, que além de veterano tem medo de área: só faz gol quando pega o goleiro desprevenido, de longe.
Já com o Remo, a situação é até pior. Na reta final contratou vários jogadores, meias, meia-atacantes e atacantes: Moisés, Ratinho, Finazzi, Jailton Paraíba, etc. Foi uma salada russa. O treinador Comelli, que já havia queimado dois jogadores do Pará, Ró e Fininho, e lançava Tiago Marabá -outro grande atleta paraense de grande qualidade técnica- só vez por outra, foi dispensado e em seu lugar veio Givanildo, com a missão impossível de vencer o Segundo Turno. O pernambucano continuou praticamente escalando o mesmo time de Comelli. Trocando em miúdos, com todas essas contratações, sabe quem são os artilheiros azulinos? Dois jogadores de defesa: Rafael Morisco e Marlon. Complicado, não?
Givanildo vai entrar no Guiness. |
Agora, com o Campeonato em sua fase final, Remo, como a Tuna, está fora e sem compromisso até o final do ano. Como as duas equipes vão sobreviver? A Tuna pelo menos já deve estar sem elenco e, como os jogadores têm um salário baixo, espera-se que o presidente tenha negociado com eles (nisso ele é bom, negociar!), para evitar a ida ao Casarão da Praça Brasil. Mas a torcida, mais uma vez, vai ficar no sofrimento, à margem dos acontecimentos, sem poder brincar, xingar, discutir as belezas do futebol.
Já o Remo, na mesma situação, sem futebol até Dezembro, pode amargar ainda maiores prejuízos e até Justiça do Trabalho, pois com certeza Ratinho, Jailton, Morisco e outros jogadores que ganham acima de 10 mil mensais, se não receberem suas rescisões, vão recorrer e o bicho vai pegar. Fora isso, as gozações, o sofrimento de quem na verdade financia o futebol: o torcedor, este sim, o mais prejudicado. E tudo por causa de erros que são cometidos, ano a ano, deslavadamente, por quem não mede as consequências quando atropela os pés pelas mãos.
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