Sem papas na língua. Apenas a verdade!

Não é nenhum chororô, não. A verdade verdadeira é que o time da Tuna, mesmo que seja o mais barato do Campeonato, não é uma equipe ruim. Tem problemas? Tem, como tem o Remo, Paysandu, Águia e o São Raimundo, cujo elenco fez recentemente uma greve.  Nosso maior problema é não resolver os problemas. Todo mundo sabe que a categoria de jogadores de futebol é igual a qualquer uma outra, só que com um detalhe: Uns ganham muito mais que outros e isso sempre gera um problemão. Por exemplo: enquanto um jogador do Flamengo ganha no mínimo 100 mil reais, tendo os que ganham 400 mil mensais, um jogador do Horizonte, do interior do Ceará, ganha entre 800 reais e três mil, isso é estimativa. No nosso caso aqui, a Tuna, tenho certeza, tem jogadores com salários entre mil e talvez cinco mil, mensais, que deve ser o Adriano, não tenho certeza. Já o Remo e o Paysandu, mesmo que os jogadores estejam mais ou menos no nível dos da Tuna, São Raimundo e Cametá, ganham 15, 20 e até 100 mil num pacote de dois ou três meses, como o veterano e bichado Finazi.

Quer dizer, jogadores do Flamengo e até do Remo e Paysandu têm lastro para suportar dois e até três meses sem receber -embora não seja certo o atraso de salários- e depois jogar na mão de um advogado e receber anos depois na Justiça do Trabalho, como é o caso do Arinelson, do Jobson e de muitos outros que têm muito dinheiro para receber de Remo e Paysandu. Já com relação à Tuna e até de outras equipes, a situação é diferente. Ganham pouco e dependem dessa grana para sua própria sobrevivência. Então é a velha história: "se sabe que o sapato aperta, não o calce". Só se faz time competitivo com grana. E só se pode exigir, pagando. E se não pagar, eles podem fazer tranquilamente como bem falou o Vampeta: "Eles fingem que me pagam, eu finjo que jogo". Mas no caso da Tuna, vejo que o problema maior além do salário atrasado, não é nem a Lei do Vampeta. Um dos principais fatores é a questão da falta de estímulo. É necessário, nessas horas de "bode financeiro", ter um pessoal capacitado para ir lá com os jogadores, conversar, prometer, lutar ao lado deles. Jamais se deve abandonar. Não é a questão de chamar a atenção, não. É conversar com eles e pedir empenho, embora  os salários estejam atrasados. Demonstrar que está correndo atrás e que tem perspectivas. Não é esconder-se e  criticá-los.  Os jogadores necessitam receber, são pais de famílias normais e precisam de tudo, da comida ao transporte.

Tem outra coisa também. Tem muita gente que só quer criticar o time e às vezes à diretoria. Para se criticar tem que ter embasamento e saber o que acontece. Falar por falar, não vale. Conta-se nos dedos os que têm coragem de meter a mão no bolso -como por várias vezes eu postei e convoquei aqui no Blog- para se contratar um, dois ou mais jogadores. Não é muito. Temos muitas gente que tem condição de meter a mão no bolso e tirar 500 ou mil reais mensais. Junta-se 10 ou 20 e se contrata  dois, três ou até quatro atletas. Mas ninguém quer nada. E na Tuna agora se não houver um trabalho para futuro, sério, de verdadeiros cruzmaltinos, é daí para pior. Quem entrar lá vai querer é acabar com o futebol, como o Fabiano queria.

Você vê o Remo. A Imprensa falou que o jogador Finazi foi contratado por um ou mais abnegados (não sei se é verdade porque os caras da imprensa local puxam muito para Remo e Paysandu e escondem muitas verdades). Mesmo que tenham contratado errado, porque um Finazi desses eu não quero nem de graça na Tuna, mas fizeram a parte deles. E talvez o Remo nem precise. Mas nós não fazemos isso. Quando no máximo acontece é um ou dois que metem a mão no bolso e dão uma pontinha para o João  ou para o Gerardo colaborar com um bicho nas vitórias ou para comprar uma chuteiras ou um par de luvas. Falta brio, falta sangue nas veias e os que poderiam nos ajudar, não como esmola, mas com publicidade em nossas camisas como foi feito na Portuguêsa,  não põem a cara, uns até gozam da gente por sermos tunantes. É terrível assim!

Não gosto de lenga-lenga. Mas anteontem até passei mal. Saí do hospital, da emergência, 2 horas da manhã.  A gente se doa, apóia, ajuda financeiramente, defende  e ver  o escândalo que fizeram com a Tuna. Além da safadeza, roubalheira escancarada que chocou até os remistas honestos, não se viu nenhuma manifestação da Imprensa,  um protesto da diretoria, que aceitou o assalto caladinha. Quer dizer, pelo que estamos vendo, sentindo na pele,  ou nos unimos, os verdadeiros cruzmaltinos, vamos à luta, ou a tendência é acontecer o pior. Não só com o time de futebol, mas com toda a Tuna, do social ao desportivo. E não tem essa de nova diretoria, não. Se não houver comprometimento, se continuar a fogueira de vaidades que lutamos para apagar mas que é difícil, o bicho vai pegar.