sexta-feira, 27 de maio de 2011

Um poema ao entardecer

Nesta sexta-feira, fim de tarde, nada melhor que ouvir, ler ou declamar um poema. Seja lírico, romântico, absurdo, triste, sentimental. Mas um poema. Um poema que pode ser de Juracy Siqueira, Catulo da Paixão, de Drummond de Andrade,  Ronaldo Franco. Um poema, para amar, para sorrir, para chorar. Para beber, para se embriagar, se enebriar. Pode ser um soneto, uma trova. Simplesmente, um poema. Grande, como aqueles poemas de Carlos Drummond, que são longos, páginas e páginas. Ou um simples poema de Patativa do Assaré, que muitos diziam -e ainda dizem- que era analfabeto. Só que não era. Estudou. Pouco, mas estudou. E o melhor: leu. E muito. Na sua pequena, mas para ele grande e rica Assará, Patativa foi rei. Amado, idolatrado e salve, salve. Um poema. Em prosa, verso. Para os poetas, os amantes da poesia. para os loucos por poesia, a poesia lindamente bela de Mário Quintana. O grande poeta gaúcho que por longos anos foi amigo do jogador Falcão. Aliás, Falcão foi quem cedeu o apartamento onde Quintana viveu por longos e longos anos. Viva Quintana!

Canção do dia de sempre
 (Mário Quintana)

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas

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