Não sou muito de carnaval. Aliás confesso que nunca brinquei, mesmo tendo morado muitos anos em Salvador, onde se brinca um dos melhores carnavais de rua do país. Mas, como amante das manifestações populares devo reconhecer a força que o carnaval tem com o povo. Das músicas, gosto do samba, do frevo, das marchinhas -que estão querendo voltar deconforça- e do Maracatu, hoje quase em extinção.
Na infância, ouvia as marchinhas, sambas e frevos que, parece mentira, até hoje ainda povoam as festas e bailes carnavalescos, mesmo com os achés que insistem em tomar espaço das musicas com mais tradição. Felizmente os festivais de marchinhas estão de volta pelo sul do país. Ontem mesmo, o filho do grande compositor Mário Lago, o Júnior, foi finalista de um deles. Palmas para as marchinhas!
Mas a memória me traz de volta mesmo são as marchinhas e frevos. Na voz de Emilinha, Blecaute, Jackson do Pandeiro, João Dias, João Roberto Kelly e muitos outros. No frevo, garoto ainda aprendi a gostar de mestre Claudionor Germano, cujo Filho Nonô Germano é quem está dando as notas agora pelas ruas de Recife. Claudionor tem talvez a melhor voz e o melhor gingado para cantar frevos no país.
Lógico que muita gente -principalmente quem não conhece Recife, Olinda, etc.- não conhece Claudionor Germano. Mas se ouvir, com certeza, vai lembrar alguns dos muitos sucesso que o papai, a mamãe e muitos amantes do bom frevo cantaram e ainda cantam. Curtam a voz maravilhosa de Mestre Claudionor Germano, o Rei do Frevo, e a música inesquecível de Mestre Capiba, que para os que não sabem, além de compositor de frevo é o autor da clássica "Maria Betânia". E bom carnaval a todos.
Meu compadre,
ResponderExcluirSó peço uma correção no teu texto, no que se refere a extinção do Maracatu. Na verdade, a realidade é outra. Inclusive, quando residia em Belém presenciei a exibição de um grupo de Maracatu do Recife, com a presencia de muitos jovens de ambos os sexos.
No Jornal Nacional de hoje, informou que mais de 40 blocos iriam desfilar nas ruas de Olinda. E no jornal do Commercio de hoje consta a seguinte notícia (http://ne10.uol.com.br/):
"Lantejoulas dos maracatus rurais enchem de brilho Nazaré da Mata
Publicado em 20.02.2012, às 13h05
Mateus, Catirinas, Burras e Caboclos de lança são os protagonistas da festa em Nazaré da Mata, na Zona da Mata pernambucana, nesta Segunda-feira de Carnaval (20). Ao todo, 36 grupos desfilaram pelas ruas principais da cidade.
Cada maracatu - natural tanto de Nazaré da Mata, quanto de municípios próximos como Aliança, Glória do Goitá e Ferreiros - teve 10 minutos para apresentar sua performance. Por volta do meio-dia, o quase centenário Maracatu Cambinda Brasileira, o mais antigo da região, fundado em 1918, apresentou ao público seus 185 integrantes cheios de magia e colorido.
Um grupo exclusivo de mulheres também encheu de brilho a festa. A tradição do maracatu rural, ou de baque-solto, invade as famílias da localidade. Dezenas de crianças também estavam fantasiadas de lanceiros".
Veja, que há inclusive um bloco exclusivo de mulhres, o que antes não existia.
Como podes constatar, o Maracatu, assim como a cultura popular, não se deixa abater.
Essa é a correção que peço que façais no texto.
Diga comigo: viva a cultura popular!!!
Forte abraço!
Laerço
Meu compadre,
ResponderExcluirO Maracatu está vivinho da silva. Veja o que consta no sítio do Jornal do Commércio de hoje (http://ne10.uol.com.br/):
"Pernambuco // Baque solto
Lantejoulas dos maracatus rurais enchem de brilho Nazaré da Mata
Publicado em 20.02.2012, às 13h05
Cada maracatu teve 10 minutos para apresentar sua performance
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Do NE10
Com informações de Cleide Alves, de Cidades/JC
Mateus, Catirinas, Burras e Caboclos de lança são os protagonistas da festa em Nazaré da Mata, na Zona da Mata pernambucana, nesta Segunda-feira de Carnaval (20). Ao todo, 36 grupos desfilaram pelas ruas principais da cidade.
Cada maracatu - natural tanto de Nazaré da Mata, quanto de municípios próximos como Aliança, Glória do Goitá e Ferreiros - teve 10 minutos para apresentar sua performance. Por volta do meio-dia, o quase centenário Maracatu Cambinda Brasileira, o mais antigo da região, fundado em 1918, apresentou ao público seus 185 integrantes cheios de magia e colorido.
Um grupo exclusivo de mulheres também encheu de brilho a festa. A tradição do maracatu rural, ou de baque-solto, invade as famílias da localidade. Dezenas de crianças também estavam
fantasiadas de lanceiros".
Ressalto que em Fortaleza, o Maracatu também é destaque:
"Ceará // Desfiles de maracatu
Pretos Velhos são os personagens do Maracatu Az de Ouro em Fortaleza
Publicado em 20.02.2012, às 02h02
A rainha da agremiação Áz de Ouro esbanja sua majestada pela avenida Domingos Olímpio
FOTO: Leonardo Heffer/NE10 Ceará
Leonardo Heffer
Do NE10/Ceará
Com cerca de 200 brincantes, o Maracatu Az de Ouro entrou na avenida Domingos Olímpio, em Fortaleza, neste domingo (19) trazendo um antigo personagem da cultura dos negros escravos: os pretos velhos.
Com "saudações aos pretos velhos do congo", a agremiação cantou o enredo trazendo para a avenida alas de índios, africanos, e uma das grandes cortes deste Carnaval, com 26 integrantes, incluindo rei e rainha da agremiação.
De acordo com Andrea Vasconcelos, uma das produtoras da agremiação, esse ano, todas as fantasias conseguiram seguir um cornograma menos apertado se comparado às outras agremiações. "Desde concepção até 'feitura' das fantasias levamos três meses. Como a agremiação é tradicional no Carnaval de Fortaleza, temos crédito na praça para podermos conseguir montar esse desfile", disse.
PRETOS VELHOS - Entidades da Umbanda, os pretos velhos são divindades purificadas de antigos escravos africanos. Eles gostam de contar histórias do tempo em que foram escravizados e as dificuldades que passaram. A crença fala que são sábios, ternos e pacientes e que dão o amor, fé e esperança aos que são conhecidos como "filhos".
HOMENAGENS - "Nós também rendemos homenagens ao nome tradicional do nosso maracatu de rua, o nosso Zé Rainha", disse Andrea Vasconcelos.
José Ferreira Arruda, ou conhecido como Zé Rainha, começou no Carnaval de rua de Fortaleza no final da década de 1950. Ganhou o apelido após conquistar o título de rainha em 1964, no concurso realizado pelo Maracatu Rei de Paus.
Sua trajetória no Az de Ouro foi de 15 anos, de 1970 a 1985, quando ajudou na reestruturação da agremiação. Em 2005, por problemas de saúde teve que se ausentar dos desfiles na avenida. Em 2011, morreu aos 79 anos, depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Forte abraço!!
Os maracatus são um foco de resistência cultural em Pernambuico e Ceará. Na minha infãncia, acompanhei os três princiopais: Az de Paus. Az de Espada e Leão Coroado. O Az de Espada era sempre o ganhador de todos os concursos. Mas infelizmente é só um foco de resistência, porque na verdade os que gostam de desfiles preferem as esacolas de Sambas, que hoje estão presentes em todos os estados. Já imaginou, enquantos uma escola de sam,ba sai às ruas com 4 ou 5 mil brincantes um maracatu leva 200? É triste, não é mesmo?
ExcluirMeu compadre,
ResponderExcluirLembro que a unanimidade é burra!
Ademais, o Maracatu nunca teve um grande público, e mesmo assim um dos blocos de Pernambuco está próximo de completar 100 anos de fundação.
Ademais, as marchinhas que muitos afirmavam que estavam mortas, voltou "de com força".
Para os inimigos da cultura popular, lembro os versos de diz Belchior:
"(...)
Não cante vitória muito cedo, não.
Nem leve flores para a cova do inimigo,
que as lágrimas do jovem
são fortes como um segredo:
podem fazer renascer um mal antigo.
(...)".
Forte abraço!
Laerço
Se o meu camarada achou que eu quis dizer que as escolas de sambas são melhores, enganou-se. Sei que a unanimidade é burra. Só que quem rege a cultura dos estados e dos municípios não deveria ser burro. Para as escolas de samba o volume da grana é bem grande. Enquanto para os Clóvis, Colombinas, Ranchos, Maracatus, etc, a grana é mixuruca. E isso, com certeza, tira o incentivo...
ExcluirCompadre,
ResponderExcluirO quis dizer é que independente da preferência pelo Samba, frevo e outros ritmos, o Maracatu continuará existindo, sem se importa pela preferência da maioria da população brasileira. E o que é mais marcante nesta expressâo cultural é sua longevidade, pois como dito na reportagem do JC o Maracatu Cambinda Brasileira fará no ano de 2018 cem anos de fundação.
Atenciosamente,
Laerço
E os Ranchos, Caboclinhos, Grupos de Frevo, Capoeira de Roda e outras manifestações carnavalescas como os maravilhosos Blocos de Sujos? Para isso não existe verba nem apoio, mas para os "quebra paus" do Kassab, em São Paulo, existiu 20 milhões. É mole?
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