Dentre as famosas frases do grande filósofo do futebol, Neném Prancha, tem uma que diz que "em futebol, quem não faz, leva". E foi o que aconteceu ontem entre Águia de Marabá e Clube do Remo. A vitória por 4 a 1 de virada do Remo sobre o Águia -que considero importante porque além de ter sido um escore grande foi fora de casa-, na realidade não reflete o que foi a história do jogo.
Quem não viu a partida e toma conhecimento do escore, imagina que o time do Águia foi dominado do princípio ao fim do jogo. O que não é verdade. O time marabaense passou boa parte do primeiro tempo em cima do Remo, pressionando com ataques perigosos fazendo com que o goleiro Adriano, que ontem esteve muito bem, se transformasse na grande figura do jogo.
Mas é aquela história, mesmo que tenha feito um primeiro tempo excelente, mostrando que a perda do título do Primeiro Turno para o Cametá era passado, o Águia não encontrou o caminho real do gol, sempre tinham barreiras que impediam a bola de entrar.
Assim, foi que mesmo fazendo um gol logo no início da segunda etapa o time de Galvão teve a má sorte de sofrer uma penalidade máxima três minutos depois, que foi convertida por Fábio Oliveira, que até então era figura apagada no jogo. Logo depois, aos 25 minutos, Cassiano fez o segundo gol e deu uma maior establidade ao Remo.
Mesmo assim o Águia não se entregou. E no ataque, teve um pênalti legítimo não marcado, o que causou muita reclamação dos dirigentes, pois no penal duvidoso do Remo o juiz nem pestanejou.
Passando a apresentar um certo domínio sobre o adversário, o Remo teve seu lateral Aldivan expulso com o segundo cartão amarelo. O Águia aproveitou para partir para o tudo ou nada. Mas sem sua zaga central titular o meio campo, principalmente Analdo, descia para proteger o gol de Alan. Enquanto isso, Flávio Lopes, com um homem a menos, inteligentemente tirou Marciano e colocou o velocista Joãozinho, que foi quem passou a bola para Fábio Oliveira fazer o terceiro gol remista de fora da área. Uma falha do goleiro Alan, mas um gol bonito. Lopes tirou também Cassiano e colocou Panda, para dar maior segurança à defesa.
Nessa altura o Remo já era senhor do jogo, enquanto o Águia demonstrando cansaço perdeu-se em campo. No desespero, o sistema tático de Galvão foi embora e na tentativa de diminuir o placar, o goleiro Alan adiantou-se de sua meta e numa sobra de bola houve indecisão dele e do volante Analdo. Joãozinho vendo a meta sem goleiro chutou de longe indo a bola morrer no gol aguiano. Era o quarto do Remo e o fechamento do caixão.
Foi um placar elástico que demonstra pelo menos uma maior ação inventiva do time remista. As mudanças postas em prática pelo novo técnico na lateral direita e no meio de campo deram uma sensível melhora ao time alviazul, mas não são a solução para a equipe. O ataque funcionou mais ou menos, já que Cassiano foi muito acionado e mostrou que quer ser o titular da equipe, enquanto Joãozinho entrou bem na partida, mostrando oportunismo e inteligência. Dizer que o time do Remo não melhorou, seria ignorância. A equipe com a mescla de jovens com veteranos cresceu e se o técnico Flávio Lopes não inventar de tirar os jovens para colocar os "bondes" que chegam aos montes ao Baenão, o Clube do Remo pode ser um dos candidatos ao título do Segundo Turno.
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