quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

De paixões, amores e amantes

A história do Brasil mostra que nossos governantes sempre foram vaidosos, arrogantes, também quase todos galanteadores e boa parte gstava de dar a famosa "pulada de cerca". D. Pedro I foi talvez o maior deles, pois sustentou um "caso" com a Marquesa de Santos que extrapolou o Palácio imperial e fez com que seu fiel escudeiro, José Bonifácio de Andrade, renunciasse.
O gaúcho João Goulart, o Jango, foi ferrenho discípulo do hábito da conquista, por isso mesmo tendo feito "das suas". Até pouco tempo alguns de seus possíveis herdeiros que ele não reconheceu, cobravam paternidade, para ira de dona Maria Tereza, sua esposa.
Juscelino, também presidente da República,  nascido em Diamantina nas Minas Gerais, gostava de música, de violão e mais ainda de um "rabo de saia". Foi amigo de serenata do violonista Dilermando Reis e diz a história que quando tinha oportunidade, dava sempre uma escapadela.
O Don Juan Getúlio Vargas
Getúlio Vargas, presidente populista que suicidou-se em 1954, segundo o livro "Os tempos de Getúlio Vargas", do escritor baiano José Carlos Mello, também foi um Don Juan. Casado com dona Darcy  Getúlio teve muitos amores em sua vida, embora o escritor baiano garanta que a amante mais importante do gaúcho foi a paranaense Aimeé Lopes, que Getúlio conheceu quando já estava com mais ou menos 55 anos e a "gata", que era casada com seu amigo e oficial de gabinete Luiz Lopes Simões, tinha 35.
Vargas apaixonou-se loucamente por Aimeé, mas ficou ficou mais ou menos evidenciado que  não foi somente por sua beleza exuberante. A jovem senhora, além dos naturais e chamativos dotes de beleza era também muito culta, dona de um talento intelectual ao ponto de falar  fluentemente seis idiomas. Elegante e moderníssima para a época, Aimeé gostava de viajar para a Europa e durante o romance com Getúlio Vargas, recebia bilhetinhos apaixonados, cujos fac-similes são mostrados no livro de José Carlos Mello.
Enquanto Vargas se deliciava com suas escapulidas à tarde ou à noite, dona Darcy Vargas, que casou-se com Getúlio com apenas 15 anos, morria de ciúmes do gauchão, mas jamais fez qualquer escândalo, pois temia Getúlio  mandá-la de volta à sua São Borja. O casamento dos dois, nos últimos anos de vida de Getúlio, estava falido, e resumia-se a partidas de dominó.
A deslumbrante Aimeé
Vargas teve várias amantes, na juventude, na meia idade e na velhice, nos anos 50. Uma das mais famosas foi a "Vedete do Brasil" Virgínia Lane, uma das certinhas de Carlos Machado, famoso homem da noite da época. Virgínia, que foi jurada de TV é viva, prestes a completar 92 anos, diz com orgulho que Vargas foi um grande amor em sua vida.  "Foi ele quem me incentivou a estudar Direito", diz a ex-vedete.
Mas a bem amada do ex-presidente Vargas foi mesmo Aimeé Lopes. O romance entre os dois, segundo o livro "Os tempos de Getúlio",  durou pouco mais de um ano,  mas o suficiente para Vargas viver e não esconder de seus amigos mais íntimos sua grande e eterna paixão.
Aimeé morreu em 2006, aos 104 anos, 52 anos depois de Getúlio, que em seu diário  em um momento de muita paixão escreveu: "Ocorrência sentimental de transbordante alegria. (Sou) um homem no  declínio da vida... banhado por um raio de sol".

Um comentário:

  1. acho fascinante como em todos os tempos o amor entre os seres transcende o poder e supera todos obstáculos . So quem conheceu aimmé para avaliar a exuberancia e a classe dessa mulher que despertou em getúlio uma paixão que durou por toda sua vida .

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