É sempre chato falar sobre resultado de jogos de Remo e Paysandu. Não é brincadeira, não, mas é que ao que parece os árbitros "cegam" e só enxergam as coisas positivas para os dois. Por exemplo: só o árbitro e a Imprensa não viram que o pênalti marcado contra o Águia não existiu. E que o pênalti real que houve na partida, ele não marcou, que foi quando o zagueiro azulino pôs a mão na bola, dentro da área.
Quer dizer, fica difícil fazer futebol assim. As equipes se preparam e chega na hora perdem pela atuação equivocada dos árbitros. Melhoraram 10 por cento do Campeonato passado. nada mais que isso.
Quem foi ao estádio ou viu pela TV (uma transmissão verdadeiramente azulina, parcial até a medula!) e usa de coerência, sabe que o Remo foi dominado quase todo o jogo. Mesmo com muita vontade, a equipe dirigida por Sinomar não conseguiu passar do meio de campo. Apenas Balú ou Aldivan tentavam jogadas pelas laterais. Já o Águia era só euforia. Parecendo que estava jogando em casa, na frente de sua torcida, o time de Marabá começou o jogo atacando, não dando espaços para que equipe leonina coordenasse jogadas principalmente pelo meio, setor totalmente dominado pelo quarteto aguiano formado por Flamel, Analdo, Diogo e Marquinho.
Flamel, o melhor jogador em campo, infernizou a vida do time azulino, deixando o pobre zagueiro Diego Barros na "Rua da Amargura" sempre que tinha um "mano a mano". Lutou do começo ao fim e ensaiou jogadas individuais que deixaram os torcedores azulinos com a respiração perdida.
O gol do Águia, surgiu numa jogada iniciada pela esquerda, onde Branco, que sempre era acionado por Flamel ou pelo lateral Júlio Ferrari, invadiu e bateu num chute indefensável por Adriano.
Desesperado com o gol sofrido depois dos 30 minutos, o Remo passou a lutar, embora totalmente descoordenado, mas cheio de vontade. Afinal, em casa não poderia deixar o time do interior levar vantagem. O empate remista veio aos 39 minutos, numa cabeçada do zagueiro Juan Soza, que ontem foi um dos que mais sofreram com os dribles desconcertantes de Flamel e Branco. O Remo virou o jogo num lance de pura sorte de Fábio Oliveira: o zagueiro do Águia cabeceou para fora da área e o veterano artilheiro ajeitou e chutou sem chances para o goleiro Alan. Se Fábio ainda esteve em campo depois dessa jogada, ninguém viu.
O gol de pênalti convertido pelo esforçado, Marciano na verdade foi a vergonha do jogo. Não existiu e até quem transmitia o jogo pela TV titubeou, não acreditando. Parou por alguns segundos, mas não perdeu a pose e gritou gol emocionado. O comentarista foi até ético e disse que não viu sequer falta. Tal qual este escriba: o jogador do Remo se jogou na boca da área e o juiz, bem mandado, apitou.
O Águia não se entregou com o escore desfavorável. Cresceu mais no jogo, que era rápido e bem disputado. E foi num lance pela esquerda que Rayro chutou e Adrinao "alfaceou". O volante Diogo aproveitou o rebote e converteu.
O lateral Balú era o homem do Remo na partida. Era quem mais criava jogadas para o paralisado ataque remista. Nem Magnum, que fez "meio gol" -o quarto do Remo-, pois a bola bateu no zagueiro aguiano para entrar, conseguia disparar nada. A entrada de Betinho, no lugar de Alan; Reis, no de Aldivan e Igor no de Felipe deram maior mobilidade e juventude ao time do Remo, que mesmo assim continuava perdendo espaços, talvez pelo cansaço dos jogadores. Pelo Águia Galvão colocou Wando no lugar de Valdanis, um pouco apagado no jogo, e este deu um novo gás à meia esquerda do time marabaense. O placar de 4 a 2 não refletiu a realidade do jogo. Mas, o que vale é o gol. E o venceu, ou seja, Remo fez o dever de casa.
A vitória da equipe azulina deu uma sobrevida ao técnico Sinomar, que ontem sofreu muitos apulpos. Agora o bicho poderá pegar no jogo de volta em Marabá. Galvão não gostou como sua equipe foi tratada pelo árbitro. "Lá a coisa será diferente", disse. Se jogar o mesmo futebol que mostrou ontem no Baenão será tarefa difícil para o Remo. Mas também se os azulinos jogarem com a raça que mostraram ontem, a partida será, com certeza, muito bem disputada. O Remo pode perder por 1 a 0 e será o finalista. Por 2, a vaga será do Águia. A briga será muito bonita. Ou, talvez, muito feia em Marabá.
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