Uma coisa que acho bastante interessante no futebol é quando o atleta consegue unir o útil ao agradável. Trocando em miúdos: quando ele joga pelo time que torce. Penso que é uma realização dupla. Mesmo não sendo muito fã do Rogério Ceni,. admiro esse seu apego ao São Paulo. O mesmo acho do também goleiro Marcos, do Palmeiras.
Houve um tempo em que os jogadores eram amantes dos clubes, jogavam e torciam como pessoas comuns. Ou então, demonstravam esse grande e eterno amor quando já estavam veteranos. Eram mais ou menos "a cara do Clube". Foi assim com Zico e o Flamengo, Pelé e o Santos, Casagrande e Vladimir com o Corintians, o proprio Neto e o Corintians, Andrade e o Flamengo, Roberto Dinamite e o Vasco e assim por diante. São vários casos no Brasil.
Aqui em nosso Estado, há alguns anos o jogador Sérgio fez mais ou menos uma demonstração com a Tuna. Jogou praticamente de graça uma temporada, com o intuito único de ajudar a Lusa. Eu não sei qual time o Sérgio torce (espero que seja pela Tuna!) mas que seu gesto foi bonito, elegante, reconhecedor, isso foi.
É complicado para o Clube e para a torcida, principalmente, quando se vê uma relação tumultuada entre jogador e equipe. Como o caso do jogador Kleber, que parece joga pelo Palmeiras obrigado, sonhando e falando sempre em outra equipe. Aquele sentimento de responsabilidade, não é nem mesmo de amor, passa a ser questionado, pois não se sabe o que passa pela cabeça do atleta. O mesmo pode ser dito de um jogador que tenho por ele um grande respeito, Ronaldo Nazário, que talvez por falta de orientação falou tolices e hoje mesmo que se saiba que ele quer bem ao Clube, faz questão de não demonstrar isso. Por causa simplesmente do dinheiro.
O futebol avançou de uma maneira quase inimaginável. Os cifrões são muitos, fazendo com que o sonho de determinado jogador em defender sua equipe, a que ele torce, vá para o beleléu em poucos minutos, basta que um outro clube cubra a proposta feita pelo que ele ama (ou pensa amar) em qualquer quantia, pequena que seja.
Gosto sempre de afirmar que não sou saudosista de nada. Mas seria muito interessante que quando o jogador defendesse um clube, passasse a ter aquele clube como o do seu coração, evitando dar declarações sobre outro, como aconteceu com o "Sheik" e o Fluminense, pelo menos enquanto estivesse naquele. É até uma questão ética.
A recente declaração do goleiro Marcos, do Palmeiras, que está com 38 anos e diz "jogar por prazer", me sensibilizou e me fez refletir sobre atletas e atletas. Marcos falou que pode parar ou não de jogar no final do ano. "Mas se renovar vai ser com salário lá embaixo, mas pelo prazer de defender o Clube que eu torço". Bonito isso.
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