Rafinha Bastos censurado no CQC

Como se pode ver a ausência de Rafinha Bastos do CQC: como suspensão por ter falado o que não devia, punição por falta de orientação pedagógica (sic!) ou censura por ter usado a voz contra a mulher do dono da voz? Acho que nenhuma das respostas ou as três juntas.

Rafinha Bastos é um dos repórteres do CQC, atração das segunda-feiras na Band. No programa anterior,  disse uma piada, que reconheçamos, foi de tremendo mau gosto e que atingiu por tabela os patrocinadores, que são Ronaldo Fenômeno e seu amigo e sócio, o empresário  Marcus Buaiz.

Sabedor que a cantora Wanessa Camargo estava grávida, sem pestanejar Rafinha Bastos soltou a pérola "Comeria ela e o bebê".  Wanessa, por falta de sorte de Rafinha, é esposa do empresário e sócio de Ronaldo Fenômeno Marcus Buaiz, um dos patrocinadores do programa e de parte da grade de programação da Band. Foi Ronaldo que em solidariedade ao amigo, cobrou da Band uma punição ao humorista. Conversas que rolam dizem que o ex-jogador ameaçou que se o humorista não fosse punido alguns contratos com a emissora seria suspensos.

Rafinha: língua solta.

O humorístico CQC começou como um programa diferenciado, apresentando fatos e notícias e analisando com sarcasmo e com um humor bem satírico, na verdade  nada muito novo, mas para o fraco momento da TV brasileira, bem interessante. Só que de uns tempos para cá o programa está abusando do mau gosto, com muitas pornografias, piadas desleixadas, num humor mais para o "Pânico na TV" do que para um humor crítico e satirizante como foi a proposta inicial do criador do programa Marcelo Tas. Aliás, Tas ficou caladinho da silva sobre o fato!

A punição ou censura ao artista tem um fator complicador, pois nota-se aí a força e interferência do patrocinador na gestão da emissora. Mesmo que Rafinha tenho sido infeliz na sua colocação, a decisão de uma punição só poderia acontecer depois de uma conversa entre direção e apresentadores do programa com a empresa, no caso a Band. Nada que uma boa conversa entre pessoas inteligentes não se resolva, e o prorama, embora tenha baixado a qualidade,  é inteligente com ceteza.  Entendo que o afastamento do artista sem data prevista de retorno ao programa, pode funcionar como intimidador a outros profissionais a fazerem novas piadas que considerem "pesadas", embora sejam de um outro naipe. Na minha opinião, censura é como tortura. Nunca mais!