Jobim falou demais, por isso se ferrou!

Não adiantou o arrependimento de mãos e pés juntos: Dilma não perdoa, demite!

Nelson Jobim perdeu seu emprego como ministro da Defesa por falar demais. Pensou Jobim que era mais forte que o Governo e até que seu próprio partido, o PMDB. Pensou que podia fazer e desfazer. Dançou. E feio. Se fosse outro presidente, teria demitido o linguarudo ministro pelo telefone, mas Dilma é Dilma: elegante, competente e educada ao ponto de ligar e dizer na cara: "ou você  pede para sair ou será demitido".

Nelson Jobim vinha arengando há muito tempo. Estava na alça da mira já há alguns carnavais. Seu estilo direitoso, além de muito arrogante e prepotente lhe deu gratuitamente dezenas de inimigos dentro do Governo, principalmente os setores mais duros do PT. Até dentro de seu partido, o PMDB, Jobim tem adversários e até inimigos .Com Dilma Jobim nunca foi elegante,  sequer diplomático. Sempre foi um "inimigo visível". Nas oportunidades em que dava entrevistas disparava a metralhadora. Por se achar um intelectual diferenciado, daqueles que vê sempre um idiota a mais em sua frente, Jobim não via com bons olhos as mulheres no Governo. Tolice ou machismo exacerbado, pois, quisesse ou não, devia continência a uma mulher, a presidenta Dilma.

No episódio acontecido no aniversário de Fernando Henrique Cardoso, de quem era muito amigo, quando falou mal de todos no governo, até que Dilma deixou por menos. Quis se acostumar a faar demais e nos últimos dias  aloprou. Primeiro disse que havia votado em José Serra nas últimas eleições. Dilma engoliu. Depois, em entrevista à revista "Piauí" disse que a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, "era fraquinha" e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, "sequer conhece Brasília". Críticas bem pessoais. E, de quebra, às mulheres, companheiras que estão no dia-a-dia com a Presidenta Dilma, que, imagina-se, também não deve ser bem simpática ao bocudo ex-ministro.

Não adiantou as desculpas de Jobim. Inclusive tentando limpar a sujeira que fez querendo desdizer o que a revista publicou. Por que então não desmentiu o repórter da Piauí? Acho que o ex-ministro pensava que, por sua importância intelectual (se acha o melhor dos melhores, o mesmo problema que seu amigo Serra tem) e grande trânsito na esfera militar, ficaria o "dito pelo não dito". Esqueceu-se que a presidenta é rigorosa, e com ela não tem essa de ninguém querer canta de galo. Nem que tenha -como Jobim- 1,90 de altura. Errou se ferra. E ele -Jobim,- se ferrou!