Realmente, o veterano José Sarney já passou até da hora de aposentar-se da política. São anos e anos que este senhor de cabelos negros (embora não tão negros como as asas da graúna) e vistoso bigode da mesma cor passeia pelos corredores do Congresso Nacional. Aliás, já iria bem tarde, dado seu tempo de servidor dos governos da época da nada gloriosa, originário da antiga Arena passando para o PMDB, saindo do Maranhão e agora chafurdando pelos lados do Amapá.
Ontem, depois do episódio em que o gauchão Nelson Jobim falou o que não devia e foi demitido pela falta de respeito às suas companheiras de serviço público, eis que Sarney, impensadamente (ou porque não pensa mesmo), na tentativa de consertar o estrago que foi a última declaração do ex-ministro da Defesa, fez um comentário que com certeza nenhuma mulher gostaria de ouvir: "A declaração do ministro Jobim não combina nada com a ministra Ideli, pois ela não é nada de fraquinha, ao contrário, é bem gordinha". A frase, tida até como humorística de José Sarney gerou muitos risos e piadinhas no Senado, mas as mulheres que compõem o Congresso foram unânimes em dizer que a "emenda de Sarney saiu bem pior que o soneto". Depois, vendo a toilice que foi sua frase, ligou para a Ministra dizendo que "ouviram errado, não falei gordinha, falei fofinha". Não teve jeito. Ideli ficou vermelhinha. De raiva.