Erasmo, 70 anos e bem afinado |
Sexta-feira o Tremendão Erasmo Carlos lançou seu último trabalho musical, o esperado CD "Sexo". E é em torno dessa temática tão em moda em novelas, teatro e também na música que se desenrolam todas as letras, escritas
pelo próprio Erasmo ou com parceiros como Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhotto e
Nelson Motta..
Capa do novo CD de Erasmo Carlos |
"Fui procurar no Google e cheguei à conclusão que a
gente faz quase todas elas, só não sabe como chamam. Nem o Arnaldo
[Antunes], que fez a letra, conhece todas elas', garante Erasmo.
Para a feitura das letras, Erasmo diz que não interferiu em nada. "Cada um viu o sexo a seu modo. Sexo é uma coisa
muito grande, não é só pornografia. O Big Bang foi o primeiro sexo no
universo, que gerou vida na Terra e onde mais quer que ela exista em
outros planetas. A natureza toda tem sexo. E, se ele é considerado tabu
até hoje, isso é por problemas da sociedade", argumenta o cantor e compositor.
Ele
afirma que quando idealizou o disco não pensou em polemizar em nada.
"Nem pensei nisso", afirma. Mas lembra que "sexo é uma coisa linda e
importante como o ar que a
gente respira. E, no entanto, é mal tratado nas escolas, nos lares. Os
filhos não podem perguntar sobre o assunto aos pais, como se sexo não
fosse uma coisa profunda como português ou matemática. Afinal, o máximo
prazer que o ser humano pode alcançar é o orgasmo", garante.
Com letras que vão dar o que falar,
Erasmo diz que o CD consta de músicas interessantes, e parece com o
momento que ele está passando em sua vida, inclusive sexual. "Imaginei
um espermatozoide pensando naquilo. Ele quer viver, quer ganhar
a corrida, o prêmio dele é a vida. E isso é uma sorte. Porque ele pode
estar vindo para o sexo anal, para um orgasmo noturno.
Ele foi ejetado na corrida. Não sabe, mas quer viver", afirma.
Um dos primeiros roqueiros do
Brasil, Erasmo não quis comentar as declarações consideradas polêmicas,
da cantora Sandy sobre sexo. "Já
constatei que existe muito prazer em sexo anal. Quando fiz, as mulheres
gostaram muito. Mas jamais forcei. Os limites do homem, quem impõe, é a
mulher. Sou o que ela quiser que eu seja. Ela pede, eu faço", garante.
Erasmo demonstra ser muito crítico
com sua geração a de 60, 70. Diz que além de faltar sexo, falta o
principal, que é ousadia, principalmente nas letras. "Falta ousadia. E
ousadia não é fazer
um disco só de palavrão. É abordar os temas com mais sinceridade, para
que sejam discutidos. Isso é uma boa contribuição. Agora a pessoa que só
faz músicas românticas, falando do bem, não está contribuindo tanto.
Fica meio irrelevante.
O Tremendão, porém, quando o
assunto é drogas se mostra calmo e pensativo. Acha que qualquer
assunto tem que ser tratado com responsabilidade, mas droga muito mais
ainda. "Não é que o assunto ou o tema sejas proibidos. Mas não sou
sincero em falar disso porque não
transo mais [drogas]. O mundo mudou e esse slogan ficou datado, dos anos
60, quando as drogas estavam chegando. Era uma loucura, uma moda. Era
experiência. Não se sabia os efeitos. Perdi muitos amigos", finaliza
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